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Experimento avalia pulverização eletrostática

Buscou-se avaliar o efeito da assistência de ar e carga elétrica no algodão


Foto: Divulgação

Um artigo, assinado por engenheiros agrônomos da empresa de pesquisa e consultoria AgroEfetiva, buscou avaliar os mitos da pulverização eletrostática. Quando se utiliza um pulverizador eletrostático para aplicar um produto, as gotículas que são pulverizadas recebem uma carga elétrica transformando-se em imãs. Ou seja, ao invés de dispersarem pelo ar aumentando o consumo, ela fixam nas superfícies aumentando e muito a eficiência na aplicação.

A técnica é velha conhecida da agricultura, usada desde 1960, mas ainda acende dúvidas. Um experimento realizado em algodão na realizado na Fazenda Itamarati, pertencente ao Grupo Amaggi, no município de Campo Novo do Parecis (MT), buscou avaliar o efeito da assistência de ar atuando em conjunto com a transferência de carga elétrica na deposição de fungicidas na cultura, utilizando o pulverizador autopropelido de barras Uniport 3030 EletroVortex. As amostras coletadas em campo foram analisadas nos Laboratórios da Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP (Botucatu – SP).

As plantas de algodão possuíam no momento das aplicações 23 nós (ramos vegetativos) em média, e altura de 1,27 m, sendo que a pesquisa foi feita quando as plantas possuíam 99 DAE (Dias Após a Emergência). A cultivar utilizada foi a Fiber Max FM 906GLT Precoce. A quantidade unitária de prothioconazol recuperada nas folhas foi calculada com base na área foliar presente cada amostra (μg de ingrediente ativo por cm² de folha), seguindo-se de uma estimativa de recuperação do fungicida na lavoura (g de ativo por hectare) através da ponderação da quantidade unitária pela área foliar de cada estrato.

O sistema de pulverização EletroVortex, que combina a assistência de ar com a transferência de carga elétrica às gotas, gerou maior recuperação unitária do fungicida nas folhas de plantas de algodão, com destaque ao terço médio, onde o ganho de recuperação foi de 116,1%. Considerando a recuperação total do fungicida por unidade de área na lavoura, o ganho relativo com a adoção da tecnologia EletroVortex foi de 26,6%.

Segundos os especialistas não se pode generalizar e achar que toda pulverização eletrostática é igual. Ou que todo equipamento de pulverização eletrostática é igual. Afinal, nem todos os sistemas são iguais. “Por exemplo, há aqueles que unem a transferência de carga com assistência de ar (e há particularidades entre os sistemas também), a voltagem pode mudar, bem como a velocidade e uniformidade de distribuição do ar, dentre outras características. Portanto, é importante saber utilizar e conhecer cada sistema e suas particularidades”, diz o artigo.

Também deve-se entender sobre o índice de área foliar da cultura, as características da copa, o volume e a velocidade do ar, entre outros fatores. Além do potencial de aumentar a deposição, quando usados da maneira correta, o carregamento eletrostático mais a assistência de ar pode reduzir também o potencial de deriva comparado a uma aplicação convencional equivalente.

“Para o bom uso da ferramenta e uma correta compreensão sobre sua real utilidade e eficácia, é importante haver um bom serviço de assistência técnica por parte dos fabricantes e técnicos e, evidentemente, nunca se deve “generalizar” a pulverização eletrostática. Cada projeto de máquina possui suas particularidades. As dúvidas existentes podem ser causadas por esses motivos. Por isso, a pesquisa e a difusão do conhecimento são tão importantes”, concluem.

O artigo completo sobre esse tema pode ser visto na revista Plantio Direto, neste link. Assinam a publicação os engenheiros agrônomos Ulisses Rocha Antuniassi (Professor Titular, FCA/UNESP, Botucatu/SP); Tatiane Beatriz Mertens (Doutoranda, FCA/UNESP, Botucatu/SP); Fernando Kassis Carvalho (Pesquisador da AgroEfetiva) e os engenheiros agrônomos de Máquinas Agrícolas Jacto, Alisson Augusto B. Mota, Rodolfo Glauber Chechetto, Daniel Petreli da Silva e Rodrigo Gomes Madeira.

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