Fertilizantes puxam recorde de importações
Compras de intermediários para adubos somaram 20,8 milhões de toneladas no 1º semestre
O volume de importações de produtos químicos pelo Brasil somou 20,8 milhões de toneladas no primeiro semestre, aponta a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O resultado representa aumento de 21,2% sobre o ano passado – um recorde na série histórica de verificação que começou em 1991.
O desempenho foi puxado pelo alto volume de compras externas de produtos intermediários para fertilizantes. Apenas no mês de junho foram importados US$ 3,3 bilhões nesse segmento, o que significou aumento de 3,7% na comparação com maio e de 5,4% ante o mês de junho do ano passado.
De acordo com a Abiquim, os resultados da balança comercial de produtos químicos no primeiro semestre de 2017 mais uma vez comprovam o ganho de espaço das importações frente à produção nacional. O déficit atingiu US$ 10,6 bilhões nos primeiros seis meses do ano, com importações totalizando US$ 17,2 bilhões no período, o que equivale a um aumento de 6,4% em relação ao primeiro semestre de 2016.
Por outro lado, as exportações brasileiras de produtos químicos totalizaram US$ 6,6 bilhões nos seis primeiros meses do ano, uma expansão de 12,1% em relação a igual período do ano anterior. Em termos de volume, foram vendidas ao exterior 8,2 milhões de toneladas, um resultado 1,9% superior ao verificado nos seis primeiros meses de 2016.
Para o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, o descaso do governo com a indústria brasileira é a principal causa deste novo recorde negativo: “Enquanto neste momento de crise mundial todos os países procuram estimular sua indústria, o Brasil continua adotando políticas contrárias ao desenvolvimento industrial, como a decisão de manter juros exorbitantes e o aumento de impostos, ao invés de cortar despesas”.
