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Não existe “bala de prata” contra insetos-praga

Manejo Integrado de Pragas (MIP) precisa evoluir


Foto: Divulgação FAESC

O primeiro passo para efetuar um bom manejo de insetos-praga na agricultura é entender que não existe uma “bala de prata”, ou seja, não adianta buscar algo efetivo o suficiente para combater os insetos sozinho, o que funciona é uma série de técnicas que devem ser usadas. Quem afirma isso é o Dr. Pedro Takao Yamamoto, professor da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), em uma entrevista para o portal globalcropprotection.com. 

Como exemplo, ele cita a cigarrinha-do-milho. “O importante é utilizar e diversificar as ferramentas (táticas) disponíveis para reduzir a incidência da doença, causada tanto pelo fitoplasma como pelo espiroplasma, agentes causas do enfezamento vermelho e pálido, respectivamente, e a população do inseto vetor, a cigarrinha-do-milho Dalbuus maidis. O plantio de variedades menos suscetíveis ou tolerantes aos patógenos é primordial, com isso os danos e os prejuízos são reduzido”, comenta o especialista. 

O professor afirma ainda que o uso inadequado dos defensivos agrícolas pode estar gerando um problema de resistência química. “Nesse sentido, é importante realizar o monitoramento da praga e a tomada de decisão ser realizada quando a praga está presente, apesar de não existir um nível de controle estabelecido para a cigarrinha. A integração da ferramenta química com as não-químicas auxilia também no retardamento da seleção de populações resistentes, portanto, medidas culturais e controle biológico devem ser incorporados em programa de MIP para cigarrinhas-do-milho", completa. 

Nesse cenário, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) precisa evoluir. “Na atualidade, em muitas culturas, a dependência de uma única ferramenta para controle de pragas, geralmente química, é muito evidente. Apesar de ainda prover controle efetivo, é insustentável ao longo dos anos e pode trazer efeitos colaterais indesejados e/ou aumentar os efeitos indesejados que estão ocorrendo. Portanto, necessitamos urgentemente a mudança de paradigma e passar a diversificar as ferramentas para diminuir a população de pragas”, conclui. 

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