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Programa ensina a aplicar defensivos de forma segura

Iniciativa já treinou 72 mil produtores de forma gratuita em todo país


Foto: Pixabay


Os defensivos são usados para controle de pragas, doenças, plantas invasoras e considerados ferramentas de trabalho no dia a dia do agronegócio. Sejam convencionais ou biológicos sua aplicação deve seguir as regras da bula e de um profissional capacitado, respeitando condições como clima, doses e maneira correta de aplicação para que não haja riscos nem ao meio ambiente nem aos aplicadores.

Segundo o último levantamento oficial, de 2007 a 2017, foram notificados cerca de 40 mil casos de intoxicação aguda por causa de defensivos agrícolas. Quase 1.900 pessoas morreram. Também são comuns os relatos de perdas em culturas como uva, azeitonas e hortaliças pela deriva na aplicação de produtos na soja e até a mortandade de abelhas. 

Uma iniciativa no interior de São Paulo busca qualificar os operadores. O programa, chamado de Aplique Bem, é uma parceria Instituto Agronômico (IAC), unidade de Jundiaí (SP) e a multinacional indiana de defensivos UPL, já treinou mais de 72 mil agricultores.

A ideia surgiu há 13 anos dentro do IAC, e ajuda produtores rurais na aplicação segura de defensivos nos diferentes cultivos, ajudando a racionalizar o uso desses produtos e proteger o meio ambiente. Atualmente, o programa conta com cinco laboratórios móveis, sendo um exclusivo para São Paulo, e já foi implantado em outros países: Colômbia, México, Vietnã, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gana e República do Mali.
 
O programa é coordenado pelo pesquisador científico do IAC Hamilton Ramos, doutor em tecnologia de aplicação. Os treinamentos são gratuitos e feitos na lavoura do produtor, com os equipamentos que ele usa. A capacitação já foi feita em 23 estados brasileiros. Cada turma não ultrapassa o limite de 20 pessoas, uma medida que ajuda a não comprometer a eficiência do aprendizado. "Nossa ideia é a mudança de atitude. O treinamento envolve técnicas de aplicação, protocolos de segurança e manutenção em pulverizadores”, destaca Ramos.

Além das ações habituais, o programa Aplique Bem será responsável pelo treinamento dos 400 extensionistas rurais do Estado de São Paulo, que atendem a pequenos produtores do interior. Dentro do IAC ainda há iniciativas como um laboratório onde equipamentos simulam deriva, adesividade do adjuvante na planta e efeito quelatizante da água (elementos que podem interferir na eficácia da aplicação). Outro laboratório também testa a eficácia dos equipamentos de proteção individual (EPIs), através do Programa Quépia. Testes avaliam a qualidade do material e se oferecem proteção e conforto térmico ao aplicador. 

"Quando levamos informações de qualidade para dentro da porteira, capacitando os produtores, estamos fazendo um processo de evolução do nosso agricultor e sendo um difusor de mudança", diz o gerente de marketing para hortifrútis e culturas perenes da UPL Brasil, João Mancine.

Acompanhamos na prática como é realizado o trabalho, com simulação de aplicação que mostra os riscos e desperdício de defensivo e como se dão as análises em laboratório. Confira:

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