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Soja pode avançar mais com bioinsumos

País já tem 40 milhões de hectares com promotores de crescimento


Foto: Marcel Oliveira

O Programa Nacional de Bioinsumos veio para incentivar o uso de elementos naturais na agropecuária, tanto no controle vegetal como pragas e doenças, fertilidade do solo e nutrição de plantas, controle de estresse hídrico, manejo de espécies em sistemas integrados além da produção animal como pecuária, no controle de parasitas, carrapatos, mosca do estábulo e do chifre e em compostos para alimentação e fitofármacos. Também há bioisumos para pescados, em manejo e nutrição e tratamento de efluentes da aqüicultura. No pós colheita e processamento de alimentos. “É uma ampla gama que os biológicos e o Programa Nacional de Bioinsumos veio a somar na atividade agropecuária e, certamente fará a diferença na produtividade”, destaca o diretor de inovação do Ministério da Agricultura, Cléber Soares.

VEJA: bioinsumos: “Agricultura biológica é a terceira onda”

A soja é uma das principais culturas que se beneficia dos biológicos. O Mapa estima que haja no país 40 milhões de hectares cultivados com promotores de crescimento, o que representa economia de US$ 13 bilhões com uso de fertilizantes nitrogenados e de 10 a 15 milhões de hectares que utilizam bioinsumos no controle de pragas, uma economia de R$ 180 milhões em defensivos químicos. O assunto foi debatido em uma live da AgroBrasília Digital tratando do potencial da sojicultura nacional  com uso dos bioinsumos, na última sexta-feira (10).

“É possível baixar muito os custos de produção”

Cláudio Malinski, produtor rural na região do PAD-DF, ressalta que os biológicos vieram para gerar economia em energia de fabricação de produtos e fortalecer a sustentabilidade.”Usamos inoculantes para fixar nitrogênio na soja há mais de 40 anos. Temos economia e bons resultados, sem contar o benefício para o meio ambiente. Já temos boa aceitação”, destaca.

Já são conhecidos os benefícios do uso da bactéria Bacillus thuringiensis como inseticida no combate a lagartas; do fungo Trichoderma para controle de nematoides e outras doenças de solo; do Bacillus Metharyzum para combate a cigarrinha também em brachiária, do Bacillus subtilis é um organismo muito versátil para tratar o solo e liberar nutrientes melhorando a interação com pó de rocha, por exemplo. “Cada vez surgem mais produtos e os resultados são promissores. É possível baixar muito os custos de produção”, relata o produtor.

VEJA: as vantagens do controle biológico com Trichoderma

Legislação de incentivo

A Aprosoja Brasil acredita que os biológicos são a inovação dentro da porteira. Para isso são necessários alguns passos. Segundo o presidente da entidade Bartolomeu Braz Pereira, o Programa Nacional de Bioinsumos traz importantes pontos para desenvolver o setor de biológicos como o acesso a crédito e a regulamentação dos produtos. “Precisamos ampliar a gama de produtos, com novas liberações. Precisamos de novos insumos, novos fungicidas, novos inseticidas, novas moléculas para que o produtor alcance mais eficiência em sua propriedade e tenha custo menor”, destaca.

Pereira acredita que um avanço seria a regulamentação on farm para ter segurança de uso em estruturas de produtores. “Nós estamos acompanhando todo esse processo, informações, políticas, pontos a avançar para que se tire o melhor das biotecnologias. Queremos uma agricultura sustentável mas também aproveitando a nossa biodiversidade”, finaliza.
 

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