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Tecnologia brasileira combate pragas em vinhedo de forma sustentável

Experiência na Argentina foi a primeira com cobertura de áreas comerciais


Foto: Marcel Oliveira

A empresa brasileira ISCA entrou no mercado argentino de controle de pragas em videiras através do lançamento de uma tecnologia que permite fazer aplicação aérea, com aviões e drones, de semioquímicos e feromônios. O alvo é a mariposa Lobesia botrana, que é eliminada dos vinhedos sem agressão ao meio ambiente. 

A Lobesia botrana é uma das principais pragas que atacam a produção de uvas de Mendoza, província argentina com a maior área de videiras da América do Sul. Para saber como está o nível de infestação de determinada área, são instaladas redes de armadilhas para as mariposas. 

Leandro Mafra, presidente da ISCA Latam, explica que, para esse caso, o controle com feromônio é o mais indicado e tem alta eficácia. No entanto, o produto normalmente usado para isso vem em pequenos sachês, que precisam ser aplicados manualmente. 

“Isso gera um custo alto, não só do produto, como também do aplicador. Além disso, a aplicação tem que ser feita de forma simultânea. Se levar várias semanas para cobrir uma área, não terá a eficácia esperada, o que complica ainda mais o processo”, explica.

O uso de drones na aplicação permite reduzir custos, focar em regiões específicas e cobrir diferentes áreas simultaneamente. “Um drone sozinho consegue aplicar o produto em centenas de hectares por dia, enquanto o avião cobre dezenas de milhares de hectares por dia. Para comparar, uma pessoa aplica, manualmente, cerca de 4 hectares por dia”, diz o Mafra.

De acordo com ele, a solução será agora levada para o Chile e, no futuro, para a Europa, principal mercado produtor de vinhos do mundo. “Já trabalhamos com o governo norte-americano há vários anos, fazendo o controle de um besouro em florestas, mas trata-se de uma outra realidade. A experiência na Argentina foi a primeira com cobertura de áreas comerciais e se tornou um diferencial da ISCA, que conseguiu cobrir grandes áreas fazendo uso da aplicação aérea do produto. Esse é um modelo de sucesso que vamos levar para outros países”, diz o executivo.

Mendoza é uma região grande, cerca de 200 mil hectares, mas com muitos pequenos produtores. A consequência é que não existe uma uniformidade no controle da praga. “Os grandes produtores são tecnificados, mas os pequenos não. Aí os grandes usam o feromônio, mas, se o vizinho dele não faz o controle, não adianta nada, porque há reinfestação”, conclui Leandro Mafra.

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