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Vespa-da-madeira

(Sirex noctilio) Culturas Afetadas: Todas as culturas com ocorrência do alvo biológico

A vespa da madeira é um inseto nativo da Europa, Ásia e Norte da África. É considerado praga secundária em troncos de Pinus nos locais de origem, entretanto quando foi introduzida na Nova Zelândia, Tasmânia e Austrália causou danos em grandes áreas reflorestadas, e notadamente nos plantios de Pinus, com idade entre 15 a 20 anos, não desbastados e superestocados (mais de 1.600 a 1.700 plantas/ha), consequência de um manejo inadequado ou pela falta de mercado para a madeira no início do século.

 

Hospedeiros

Abies sp., Abies alba, Larix sp., Picea sp., Picea abies, Pinus banksiana, Pinus canariensis, Pinus contorta, Pinus densiflora, Pinus echinata, Pinus elliottii, Pinus halepensis, Pinus jeffreyi, Pinus nigra, Pinus palustris, Pinus patula, Pinus pinaster, Pinus pinea, Pinus ponderosa, Pinus radiata, Pinus resinosa, Pinus strobus, Pinus sylvestris, Pinus taeda, Pseudotsuga sp.

Bioecologia

A maioria dos insetos adultos emerge, no Brasil, de novembro a abril, com picos de emergência nos meses de novembro e dezembro. Os machos começam emergir antes das fêmeas. A proporção entre machos e fêmeas é de 1,5 macho para 1,0 fêmea. Após o período inicial de vôo, as fêmeas perfuram o tronco das árvores com seu ovipositor e colocam seus ovos no alburno. Em cada local de oviposição, esses insetos podem perfurar até 4 (quatro) galerias. As fêmeas maiores colocam de 300 a 500 ovos, em aproximadamente 10 dias. No Brasil, foi observado que o número médio de ovos nos ovários das fêmeas dissecadas varia de 20 a 430, com média de 226 ovos. Durante as posturas, as fêmeas introduzem esporos (artrosporos) de um fungo simbionte, Amylostereum areolatum, e uma secreção mucosa fitotóxica, que são os causadores da toxicidade e da conseqüente morte das plantas. O fungo, que serve de fonte de nutrientes para as larvas da praga, é responsável pela morte da árvore e pela podridão na madeira.

As larvas apresentam coloração esbranquiçada, formato cilíndrico, mandíbulas com dentes e espinhos supra anal. As pulpas são de coloração branca, com tegumento fino e transparente.

Os adultos têm certa de 1,0 cm a 3,5 cm de comprimento, de cor azulada metálica escura, os machos possuem partes alaranjadas e as fêmeas possuem um ovopositor de 2 cm em forma de ferrão, partindo do abdômen.

Danos

De um modo geral os danos causados pela vespa da madeira em plantios de Pinus no Brasil são significativos e de grande relevância para o produtor, causando prejuízos estimados em U$ 6.6 milhões anuais. Porém, através de medidas preventivas corretas e métodos eficientes de controle é possível reduzir essas perdas em pelo menos 70%.

O principal dano causado pela vespa da madeira ocorre durante a postura dos ovos na madeira, onde constroem galerias e ocorre também a penetração de agentes secundários (fungos) que danificam a madeira, limitando seu uso ou tornando-a imprópria para o mercado. Após a morte da árvore, a madeira é degradada rapidamente.

Os plantios mais susceptíveis ao ataque da praga geralmente têm entre 10 e 25 anos de idade e estão sob estresse. Povoamentos sem desbastes são mais susceptíveis ao ataque do inseto do que os desbastados. Os sintomas de ataque começam a aparecer logo após os picos populacionais do inseto (novembro e dezembro), sendo mais visíveis após a revoada, a partir do mês de março. As características externas mais visíveis são: progressivo amarelecimento da copa que depois se torna marrom avermelhada, esmorecimento da folhagem, perda das acículas, respingos de resina na casca (em função da perfuração para oviposição) e orifícios de emergência de adultos. Os sintomas internos são manchas marrons ao longo do câmbio, devido ao fungo, e galerias feitas por larvas.

Controle

 

As medidas preventivas para o ataque da vespa da madeira podem ser divididas em: 

1. Manejo das florestas

- Realizar os desbastes adequadamente;

- Realizar desbastes seletivos na área de cultivo, retirando-se árvores mortas, doentes e danificadas, que são atrativas para as pragas;

- Retirar restos de material vegetal principalmente àqueles com diâmetro maior que cinco centímetros, pois favorecem o desenvolvimento do inseto;

- Evitar operações de podas e desbaste dois meses antes ou durante o período de revoada dos adultos;

- Treinar funcionários para identificar a praga e os sintomas do ataque;

- Manter intensificada a vigilância de rotina;

- Manter grande atenção em florestas próximas à estradas, principalmente naquelas que ocorrem o transporte de madeira de Pinus.

2. Monitoramento da área de cultivo

- Detecção precoce vespa da madeira;

- Instalação das árvores armadilhas;

- Inspeção dos grupos de árvores armadilhas.

3. Detecção precoce vespa da madeira

A detecção e o monitoramento da vespa da madeira devem ser feitos através de árvores armadilhas. Como a praga é atraída para árvores estressadas, escolhem-se alguns exemplares para sejam “estressadas” através do uso de herbicidas e assim tornam-se atrativas ao inseto, facilitando a detecção e o monitoramento da praga.

As árvores armadilhas devem ser instaladas em locais de risco de infestação pela praga. Os objetivos das árvores armadilha são:

- Detectar a presença da vespa da madeira em baixos níveis populacionais, próximo de dois meses antes do pico populacional dos adultos;

- Proporcionar pontos para inoculação de nematoide, utilizado no controle biológico dessa praga;

- Criar locais para liberação de insetos parasitoides.

4. Instalação das árvores armadilhas

A época adequada para instalação das árvores armadilhas no campo de cultivo, segundo a Embrapa Floresta, seria entre 15 de agosto e 30 de setembro, período próximo a dois meses antes do pico populacional dos insetos adultos da vespa da madeira. A instalação dos grupos de árvores armadilhas deverá ser feita em locais de fácil acesso, procurando cobrir toda a área do reflorestamento ou cultivo. É recomendado a instalação de quatro a seis grupos de árvores armadilhas a cada 100 ha, bem distribuídos.

A implantação deverá ser feita com prioridade quando a Floresta atender uma das seguintes condições:

- Plantios localizados próximos a focos de dispersão da praga, como estradas por onde passão cargas de madeiras e indústrias de transformação;

- Plantios localizados em locais declivosos e difícil manejo;

- Plantios onde não são realizados desbastes;

- Plantios com idade de risco entre 10 e 25 anos;

- Plantios que sofreram algum estresse (exemplo: áreas declivosas, sem manejo);

- Áreas de até 10 km distantes de focos de ataques, devem possuir a cada 500 m uma árvore armadilha;

- Áreas localizadas à de 50 km de distancia de focos de ataques, principalmente em áreas de fronteiras, a instalação das arvores armadilhas deve ser feita a cada 10 km.

 

Como pratica final, as árvores armadilhas identificadas com a vespa da madeira, não deverão ser descartadas e sim utilizadas para inocular o nematoide utilizado no controle biológico da praga, até o final do mês de julho do ano em que o ataque foi constatado.

Recomenda-se o uso de produtos registrados para as culturas.

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