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Produtores paulistas trocam café por cana de açúcar e laranja



Produtores de café de Altinópolis, maior produtor do Estado de São Paulo, estão trocando suas lavouras pelas de cana-de-açúcar e de laranja. Segundo o presidente do Sindicato Rural local e vice-presidente da Comissão do Café da Federação da Agricultura do Estado, João Abrão Filho, a tendência de troca de culturas, iniciada nas últimas safras, vem sendo ampliada neste ano em virtude da falta de uma política para o setor pelo governo federal e também pela quebra na safra, que atingirá 70% na região.

"O governo só anunciou até agora os contratos de opção para a venda de café e ainda por um preço abaixo do de custo apontado pela Embrapa, de R$ 196 por saca. Era preciso um plano completo e isso foi apresentado pelos produtores ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues", disse Abrão Filho.

Para ele, o "plano completo" incluiria recursos para garantir a estocagem e ainda a pré-comercialização. "Isso foi feito na última safra e os produtores conseguiram vender na melhor hora, garantindo inclusive uma exportação recorde", afirmou.

Abrão Filho citou como exemplo da troca de cultura um produtor local que arrancou 350 mil cafés, a sua maioria com três anos de idade, e arrendou 90 alqueires para a produção de cana a ser destinada à Usina da Pedra, em Serrana. "Só com isso ele vai ganhar até R$ 1,7 mil por alqueire sem fazer nada, enquanto com o café ele teria prejuízo", disse.

Segundo ele, outro exemplo é a troca de 70 alqueires de café por laranja feito por produtores de uma fazenda próxima à divisa com Minas Gerais em parceria com o grupo Coimbra/Frutesp. A região de Altinópolis tinha, até o início da safra, 10 mil hectares plantados com café e cerca de 22 milhões de pés - responsável por aproximadamente 1% da produção nacional e por mais de 5% da paulista.

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