Representantes dos governos e de indústrias açucareiras do Brasil, Austrália e Tailândia vão se reunir amanhã e quarta-feira em Genebra para afinar o ataque contra subsídios da União Européia (UE), na Organização Mundial de Comércio (OMC) .
Brasileiros e australianos trazem estudos que comprovariam o que será o centro da denúncia na OMC: a de que a UE exporta com subsídios ilegais uma quantidade de açúcar equivalente à que importa dos países ACP (África, Caribe e Pacifico) e das vendas externas do açúcar da chamada "Cota C".
A "Cota C" é formada pelos volumes de açúcar produzidos a cada ano além das cotas A (para mercado interno, com garantia de preços mínimos) e B (que podem ser exportados, com direito a subsídios). Pela política agrícola européia para o açúcar, a "Cota C" deve ser exportada "sem direito a subsídios". Os subsídios concedidos ao açúcar das cotas A e B transferem-se à cota C e, só assim, os europeus podem vendê-lo aos preços do mercado livre mundial.
A UE está comprometida a limitar suas exportações de açúcar branco ao volume de 1.273,5 mil toneladas e ao valor de € 499,1 milhões. Mas as exportações subsidiadas européias podem chegar a cerca de 5 milhões de toneladas além do volume permitido, segundo os brasileiros.
Os subsídios à exportação cobrem a diferença entre o preço internacional e o do mercado europeu, uma vez que o custo de produção da beterraba, principal matéria-prima do produto da UE, é quase o dobro da cana-de-açúcar, segundo a União da Indústria Canavieira de São Paulo (Unica).
Brasil, Austrália e Tailândia podem decidir também quando enfim abrem o painel (comitê de investigação) contra a UE. Duas datas estão na mesa: 21 de julho e 26 de agosto.