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Armazenagem aquece negócios no Oeste do Paraná



O Brasil é um país de matriz econômica agrícola e jamais em sua história precisou tanto de estruturas específicas para armazenar os cereais colhidos em supersafras consecutivas como agora. O Oeste do Paraná responde por 22% da produção agrícola do Estado e é uma das regiões do Sul do País que experimentam com mais força o aquecimento de um setor que movimenta empresas especializadas na construção de silos e os escritórios de profissionais da área de engenharia.

O aumento na procura por estruturas de armazenagem cresce gradualmente há três anos e a projeção dos analistas é de que esse mercado continue aquecido por um bom tempo, informa o engenheiro Lucas André Sartori, que trabalha em uma empresa especializada em projetos e na implantação de silos com 22 anos de tradição na região de Cascavel. O volume de silos encomendados na empresa em que Sartori atua aumentou em 80% nos últimos anos e a expectativa é de crescer ainda mais.

O Brasil é o único país do mundo que tem condições de aumentar a sua fronteira agrícola. São cerca de 90 milhões de hectares que ainda podem ser cultivados e, com isso, dobrar a área plantada e, conseqüentemente, a produção de grãos, informa o gerente da Regional Cascavel do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-PR), o engenheiro civil Israel Melo. "É por isso que esse segmento torna-se importante principalmente aos profissionais envolvidos nesse tipo de empreendimento, como os engenheiros civis, mecânicos, agrônomos e agrícolas", observa.

Carência:

A produção de grãos brasileira aumentou muito nos últimos anos e a preocupação com a carência de estrutura adequada para a armazenagem também preocupa o presidente do Crea-PR, Luiz Antonio Rossafa. "Parte da nossa safra de grãos é armazenada em filas de caminhões à espera de serem descarregados nos portos. O custo disso é elevado demais aos produtores, aos transportadores e ao país", entende ele. O governo percebeu o problema e criou uma linha especial de crédito, a partir do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Moderinfra, para financiar a construção de estruturas armazenadoras nas propriedades rurais.

Os produtores Zigomar e Roselé Salvatti, donos de uma área de cem alqueires na localidade de Espigão Azul, em Cascavel, amadureceram a idéia por vários anos e em 2003 decidiram que havia chegado a hora de dotar a propriedade de silos armazenadores. A tentativa dos agricultores é de fugir dos atravessadores e decidir a própria sorte no mercado. "Ter um silo permite manter a soja, o milho ou o trigo estocados na propriedade e esperar o melhor momento para vender, geralmente o período de entressafra desses produtos", diz Zigomar. Ele financiou a obra com Banco do Brasil/BNDES e está otimista com a possibilidade de recuperar logo o investimento.

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