O agronegócio brasileiro registrou superávit de US$ 11,28 bilhões no primeiro semestre, segundo levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As exportações agrícolas foram recordes, atingindo US$ 13,61 bilhões, 41% do total brasileiro, e as importações chegaram a US$ 2,33 bilhões. O governo projeta um saldo comercial para o ano de US$ 24 bilhões, ou seja, 18,2% superior ao do ano passado.
O saldo da balança comercial registrado no semestre é 49,8% superior ao dos primeiros seis meses de 2002. As vendas externas também são maiores que as ocorridas entre janeiro e junho do ano passado em 39,9%. As compras do setor cresceram 6%. O incremento registrado no semestre é fruto do bom desempenho das vendas sobretudo do complexo soja (grão, óleo e farelo), complexo carnes (frango, suínos e boi) e do segmento de papel e celulose.
"Quase todos os setores tiveram desempenho positivo", disse Eliezer Lopes, coordenador geral de Apoio à Comercialização do ministério. O grande destaque, contudo, é mais uma vez o complexo soja. As exportações do produto cresceram 116,9% no primeiro semestre deste ano, atingindo US$ 3,75 bilhões. Segundo ele, foram determinantes para este aumento a safra recorde (superior a 50 milhões de toneladas) e o aumento dos preços internacionais da ordem de 20%, devido à maior demanda da China. A comercialização do complexo soja também registro crescimento significativo de 29,6%, totalizando US$ 1,55 bilhão. Outro destaque são as vendas externas de papel e celulose, que somaram US$ 1,38 bilhão, um acréscimo de 60,4% sobre o mesmo período do ano passado.
No semestre, os países asiáticos duplicaram as compras do Brasil, que somaram quase US$ 2,56 bilhões, 18,8% das exportações de produtos agropecuárias no período. Os asiáticos compraram mais do que o bloco dos países-membros do Acordo de Livre Comércio para a América do Norte (Nafta) no ranking dos blocos econômicos. Este forte crescimento deveu-se principalmente às importações da China que, sozinha, comprou US$ 1,13 bilhão, grande parte em soja em grão e óleo.
Para o segundo semestre, a expectativa é de que ocorra resultado negativo nos meses de agosto e setembro, pois no ano passado houve registro de embarques atrasados. "O desempenho será moderado, mas esperamos um crescimento anual de 15% nas exportações", avalia Lopes. As projeções do governo brasileiro para o ano são semelhantes ao desempenho do setor nos últimos 12 meses. As vendas externas somaram US$ 28,72 bilhões e o saldo da balança comercial foi de US$ 24 bilhões.
No mês de junho, o superávit do setor foi de US$ 2,22 bilhões, ou seja, 56,7% superior ao do mesmo período de 2002. As exportações do agronegócio no mês passado totalizaram US$ 2,612 bilhões, com um crescimento de 48,5% e as importações, US$ 385 milhões, um aumento de 14,2%. Os produtos agropecuários tiveram uma participação de 44,5% sobre os US$ 5,875 bilhões arrecadados com as vendas externas realizadas pelo Brasil no mês de junho.