O encontro realizado na sexta-feira entre o governo federal e a cadeia produtiva da carne bovina para discutir a questão da rastreabilidade, durante o 8 Encontro Nacional do Novilho Precoce, em Araçatuba (SP), foi positivo segundo o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Amauri Dimarzio. "Nos reunimos com toda cadeia e ficou claro que do jeito que está não é possível ficar", disse o secretário.
Dimarzio disse que o fato de o governo não abrir mão do prazo limite de 15 de julho para que toda carne exportada à União Européia seja rastreada não se trata de um confronto com os frigoríficos, mas sim, de dar credibilidade do País. "Antes do dia 15 de maio, quando anunciamos as últimas alterações, estavam sendo rastreadas 10 mil cabeças. Em menos de um mês esse número saltou para 30 mil, o que mostra nosso poder de manobra."
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Edvar Vilela de Queiroz, disse que os frigoríficos vão atender às instruções do ministério. "Vamos nos empenhar para cumprir todas as exigências", disse Queiroz, que também é presidente do Frigorífico Minerva, e deixou claro que o assunto não o agrada.
No dia 15 de julho, vence o prazo estipulado para que toda a carne bovina exportada à UE seja originária de animais rastreados há no mínimo 40 dias. "Se os frigoríficos não se enquadrarem nessa determinação as exportações não serão liberadas."
Em 15 de agosto de 2002 o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) editou o Ofício Circular Dipoa 012/2002, que estipulava que as exportações de carne ao bloco europeu deveriam ter rastreabilidade com no mínimo 15 dias - a medida começaria a valer a partir de 1 de outubro de 2002. Posteriormente, o Ofício Circular Dipoa 013/2003 adiou a data de início da decisão para 10 de novembro. Finalmente, em 15 de maio, o Ofício Circular 09/2003 definiu a data-limite de 15 de julho com rastreabilidade de no mínimo 40 dias.
O secretário executivo do ministério disse ainda que o governo já pediu outras vezes aos frigoríficos que cumpram a rastreabilidade e que está descartado o adiamento. "É melhor tomar a iniciativa e suspender as exportações até que estejamos fazendo a rastreabilidade prometida à UE do que esperar que eles tomem a iniciativa de suspender a compra de carne brasileira e informar ao mundo porque estão fazendo isso."
Para Constantino Ajismato Jr., presidente da Associação Brasileira do Novilho Precoce, o encontro foi positivo. "A mensagem foi muito bem dada. Sabemos que a rastreabilidade deve e será cumprida".