Nos últimos anos, a pecuária de corte e leite tem experimentado um extraordinário crescimento na Amazônia. Esse desenvolvimento tem gerado aumento na renda do produtor e empregos em vários setores da cadeia produtiva. Por outro lado, a atividade é causa de um intenso debate quanto aos impactos negativos ocasionados de forma direta ou indireta. A pecuária é acusada de acelerar o desmatamento e a degradação do meio ambiente. No entanto, diversos estudos indicam que ela constitui uma das poucas atividades economicamente sustentáveis na Amazônia que pode ser fomentada em áreas já desmatadas, o que na região representam cerca de 20 milhões de hectares.
Os conflitos e alternativas deste debate estarão no Seminário Internacional para o Desenvolvimento Sustentável da Pecuária na Amazônia, que acontece de 15 a 18 de julho em Porto Velho (RO). O evento é promovido pela Embrapa/Rondônia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em conjunto com duas instituições internacionais de pesquisa (Institute Interamericano de Cooperacion para La Agricultura - IICA e Programa Cooperativo de Investigación y Transferencia de Tecnologia para los Trópicos Suramericanos - Procitropicos).
O evento contará com a participação de pesquisadores do Brasil, Bolívia, Peru, Venezuela, Equador e Colômbia, além de envolver setores públicos e privados que compõem a cadeia produtiva da pecuária de leite e carne na Amazônia, como técnicos, produtores, indústria e comércio. Entre os pesquisadores presentes estarão Judson Valentim e Jair Carvalho dos Santos, da Embrapa/Acre.
De acordo com o chefe geral da Embrapa/Rondônia, Newton de Lucena Costa, o principal desafio é melhorar os índices de produtividade nas diversas fases da cadeia produtiva, evitando novos desmatamentos. "Até o momento, a sustentabilidade econômica baseia-se em seu caráter extensivo, sendo que a competitividade global determinará a necessária adoção de modelos intensivos de produção".
Para Lucena, o seminário apontará às lideranças políticas, mecanismos e instrumentos que permitam o desenvolvimento sustentável da atividade na Amazônia, além de propor integração tecnológica entre os países participantes e analisar as exigências de vigilância e controle sanitário. A programação completa está disponível no endereço www.cpafro.embrapa.br.