A Argentina suspendeu as exportações de carne bovina procedente da zona de fronteira com o Paraguai para a União Européia (UE). A medida foi adotada pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), valerá por 90 dias e afetará os municípios de Rivadávia, na província de Salta, e Pedro Lista, na província de Formosa, que estão nos limites da fronteira.
Por conta do reaparecimento da febre aftosa no Paraguai, o Senasa decidiu também vacinar os animais de espécies menores suscetíveis à doença, como caprinos, ovinos e suínos, da região mencionada. Em Salta, já foram vacinadas seis mil cabeças destas espécies, e nas próximas 48 horas, outras duas mil cabeças restantes receberão a vacina contra aftosa. Na província de Formosa, das 12 mil cabeças, somente cinco mil foram vacinadas.
A vigilância foi reforçada numa área de 10 quilômetros até o interior do território provincial, desde o cordão fronteiriço, e ao longo do mesmo. Desta vez, a Argentina parece estar levando a sério a prevenção contra a aftosa, não só pelo Paraguai mas porque a doença está afetando também a Bolívia. O governo boliviano reconheceu o aparecimento de aftosa em seu território e declarou em estado de emergência sanitária seis municípios das zonas de Candúa (Chuquisaca), Villa El Carmen e Betanzos (Potosi).
As entidades ruralistas da Argentina temem a volta da aftosa ao país e, com isso, perder novamente os mercados internacionais. Segundo os cálculos da Sociedade Rural Argentina, se o país perdesse um mercado como a União Européia, o preço da carne no mercado interno cairia 50% e afetaria toda a cadeia produtiva.