A oferta de suínos para abate está em queda no Estado de São Paulo. Neste ano, serão 41,6 mil toneladas de carne suína a menos à disposição. Os dados são da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS).
Segundo a FNP Consultoria, essa situação é reflexo da crise que atinge o setor há 17 meses. A retração dos preços pagos ao produtor no período --causada principalmente por uma explosão da produção no final de 2001-- deprimiu a renda dos suinocultores brasileiros. A esse excesso de oferta somou-se a elevação dos preços do milho, principal item da alimentação dos animais, no ano passado.
A média histórica da relação entre a arroba de suíno (15 quilos) e sacas de milho é de 1 arroba para cada 2,5 quilos do cereal. A preços atuais, esse valor é de R$ 42,50. Hoje, entretanto, a arroba do suíno está cotada --média do Estado-- em R$ 34,50.
"A crise levou os produtores a diminuir os investimentos na produção e a abater as matrizes [fêmeas reprodutoras]. Em São Paulo, a redução do plantel foi de 20%", afirma Valdomiro Ferreira Jr., presidente da APCS. Essa diminuição da oferta pressiona as cotações. Em julho, os preços pagos para os produtores no Estado de São Paulo --medidos pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola)-- subiram 12,24%.
Analistas de mercado afirmam que essa alta deve se manter. A previsão é que nos próximos 30 dias a arroba chegue a R$ 42. Apesar do prognóstico positivo, Ferreira Jr. recomenda cautela. "Não é hora de achar que já está tudo bem. Ainda é cedo para investir e repor matrizes", diz.
As exportações de suínos também seguem em alta. Neste ano, a meta da Abipecs (associação de exportadores do setor) é exportar 550 mil toneladas. Volume que geraria uma receita cambial de US$ 500 milhões.