Brasil e países vizinhos mudam protocolo sanitário para exportação bovina
Revisão do protocolo sanitário entre Brasil e Equador deve acabar com a proibição da venda de material genético (sêmen) do rebanho bovino brasileiro para o país vizinho. Vários itens do documento foram revistos durante reunião, realizada no dia 17 de julho, em Quito, entre representantes do governo equatoriano, o gerente do núcleo de exportações Brazilian Cattle Genetics (BCG), Gerson Simão, e o técnico da Divisão de Saúde do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Gilmar Leite.
As modificações referem-se à medidas específicas como técnicas de diagnósticos de doenças e exames obrigatórios para exportação. Elas passarão a valer assim que o governo do Equador encerrar a fase de análise do novo protocolo sanitário e assiná-lo. A expectativa é que isso aconteça até o final de agosto. “Foi a primeira vez que os ministérios das duas nações discutiram de forma bastante ampla essa questão. Conseguimos abrir um canal de comunicação que irá favorecer os dois lados. Muitos criadores equatorianos, principalmente da costa do país, já demonstraram interesse em comprar sêmen de animais da raça gir”, diz Simão. Como as alterações no protocolo são muito técnicas, o membro da Divisão de Saúde do MAPA estará em Uberaba (MG) no próximo mês para explicar à diretoria da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), maior entidade pecuária do país, e aos associados do BCG (centrais de inseminação artificial e empresas de exportação) o que cada cláusula representa na prática para os pecuaristas brasileiros.
A missão brasileira ainda esteve na Bolívia, Venezuela e Colômbia para rever os protocolos sanitários. Todos esses países são considerados pelo BCG mercados-alvo para a comercialização de animais e material genético. Com a Bolívia e a Colômbia, as mudanças podem abrir caminho para a exportação de animais zebuínos vivos, principalmente nelore. Com a Venezuela, a expectativa é de aumentar a venda externa de bovinos da raça leiteira girolando, cruzamento entre zebu e holandês. Os próximos países que passarão pela revisão de protocolo serão Peru e Costa Rica. Além disso, o governo brasileiro mantém a mesma negociação com África do Sul e Austrália, um dos maiores exportadores de carne do mundo.