A produção de trigo do Canadá deve aumentar 34% nesta safra, para 21 milhões de toneladas. O crescimento está sustentado na recuperação dos agricultores, que sofreram diversas perdas em virtude da rigorosa seca do ano passado, a pior em uma geração, segundo revela uma pesquisa realizada pelo governo do país.
Apesar do aumento, a recuperação da fraca colheita de 2002, a menor desde 1974, não será em volume suficiente para deixar a produção nos mesmos níveis da média histórica dos últimos cinco anos, de 22,8 milhões de toneladas. O clima seco e os insetos continuam a afetar a safra do terceiro maior exportador mundial de trigo, de acordo com o StasCan, o departamento de estatísticas canadense. A StasCan pesquisou 17 mil agricultores sobre a área cultivada e o rendimento para calcular as estimativas. A pesquisa foi realizada entre 25 de julho e 3 de agosto.
A produção de canola deve aumentar 74% em relação ao ano passado. O Canadá, maior produtor mundial da semente oleaginosa, dever colher 12 milhões de toneladas de canola, segundo estimativas da StatsCan.
Contratos futuros
Na bolsa de Chicago, os preços do trigo para entrega em dezembro foram negociados a 375 centavos de dólar por bushel no pregão de sexta-feira (US$ 130,29 por tonelada) em ligeira queda, de 1 centavo, no dia. As notícias indicando aumento da produção canadense contribuíram para a retração dos preços do trigo, que somaram 4% em sete dias. Além disso, uma trade alemã estimou a safra européia de trigo entre 84 e 85 milhões de toneladas, cerca de 7% inferior às estimativas de julho que oscilavam entre 88,6 e 93,7 milhões de toneladas. Em contraste, as recentes chuvas realizadas na Austrália estão beneficiando a fase de floração do trigo. As regiões produtoras do país continuarão a ser beneficiadas com o registro de chuvas no início desta semana. Também nesta semana o Egito deve se pronunciar sobre o retorno ao mercado mundial. Na Europa, rumores dão conta de que o Egito teria interesse de adquirir algum volume de trigo até o dia 28 de agosto, quando a Europa aguarda decisão sobre implementação de taxas de exportação.