As exportações de carne devem atingir US$ 1,5 bilhão neste ano, alcançando volume recorde e conduzindo o Brasil à posição de líder nas exportações mundiais. "A meta agora é consolidar essa liderança", diz Marcus Pratini de Moraes, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
As receitas de 2003 devem ser 38,1% maiores que as do ano anterior e 50% maiores em relação a 2001. Entre janeiro e agosto deste ano, as vendas totalizaram US$ 875,3 mil, das quais 75% de carne ‘in natura’ e 25% de industrializada.
Centros de distribuição
De acordo com Pratini, a indústria começou a estudar investimentos em centros de distribuição e armazenagem da carne nos países de destino. "O objetivo é amarrar todas as pontas da exportação. Acredito que esse investimento é um marketing para a carne brasileira e deve aumentar as vendas no futuro", diz. Ele cita como exemplo a Sadia, que tem 60 caminhões rodando com seu logotipo na região de Moscou, na Rússia. A forma e os locais desses centros de distribuição ainda estão sendo discutidos, mas um dos focos será a África. "Recentemente abrimos os mercados da Argélia, Angola e Nigéria. O potencial da África é enorme", afirma. "Somente a Argélia é um mercado potencial para 100 mil toneladas de carne por ano", diz. O investimento poderá ser feito exclusivamente por empresas brasileiras ou em parceria com estrangeiras.
Cota Hilton
O Brasil continua firme em seu propósito de elevar a Cota Hilton, cota de importação de carnes imposta pela União Européia e que atualmente é de 5 mil toneladas por ano. "Nosso maior argumento é que o Brasil vem aumentando sua participação no mercado internacional ao mesmo tempo em que garante qualidade, atende as exigências fitossanitárias e tem condições de assegurar fornecimento contínuo de carne", afirma o executivo. Ele diz que, a cada ano, o Brasil soma 10 milhões de cabeças de gado ao seu plantel de abate para exportação, graças à certificação - pela Organização Mundial de Saúde Animal - de novas zonas livres de doenças.