Presidente da Ocepar prefere uma decisão nacional sobre os transgênicos
Durante reunião realizada ontem (17-09), com o governador do Paraná em exercício, Orlando Pessuti, no Palácio Iguaçu, lideranças do setor produtivo sugeriram que, ao invés de ser aprovado o Projeto de Lei 307, de autoria do deputado estadual e presidente do Bloco da Agropecuária da Assembléia Legislativa, deputado Elton Welter, que proíbe o plantio, transporte, industrialização e a comercialização de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) no Paraná, que se aguarde uma lei federal sobre o assunto.
Prudência
Falando em nome das lideranças do setor produtivo, o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, disse que "seria mais prudente ao Paraná aguardar uma decisão nacional. A aprovação de uma lei estadual que venha se contrapor a uma possível decisão federal poderá trazer prejuízos para o setor produtivo e a economia paranaense", alertou.
"Vamos deixar que o governo federal se posicione, essa é a posição que esperamos que seja tomada pelos parlamentares paranaenses na próxima semana, quando irão analisar o projeto de lei", falou Koslovski. João Paulo também salientou que o Estado deve criar um programa de rastreabilidade e certificação para garantir a segregação do produto, dando oportunidade ao mercado de compra de soja convencional ou transgênica. Disse, ainda, que o Estado poderia sair na frente com um programa nesse sentido, servindo inclusive como referência nacional.
Posição do governo estadual
O governador em exercício, Orlando Pessuti, disse que a posição do governo é ouvir todos os setores envolvidos no tema, apesar de já ter uma opinião formada sobre o assunto. Segundo Pessuti, na terça-feira (16-09), ele falou com o governador Roberto Requião, que está em viagem pela Espanha e ouviu dele que a determinação do governo é "não aceitar no Paraná o plantio de soja transgênico".
O governo argumenta com o fato de que os produtores paranaenses não devem ser submetidos ao monopólio de uma só variedade de soja, exemplo roundup ready (RR) ou a uma empresa detentora desta tecnologia, além da questão de mercado, que segundo o governo estaria prejudicada pela reação contrária de alguns países sobre produtos geneticamente modificados.
Segundo Pessuti, em toda esta discussão tem ouvido posições contrárias aos transgênicos e favoráveis. "Precisamos chegar a um consenso, por isso convocamos esta reunião aqui hoje para ouvir também o setor produtivo", lembrou.