O vice-ministro de Finanças da Alemanha, Caio Koch-Weser, afirmou ontem a jornalistas brasileiros, em Berlim, que a política de subsídios às exportações agrícolas do país precisa ser reformada. Citou a necessidade de garantir produtos de qualidade ao consumidor. Koch-Weser defende o financiamento de estruturas rurais sustentáveis prevendo proteção ao meio ambiente.
O Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que ocorrerá de 26 a 29 de outubro, tratará do crescimento econômico aliado às soluções que favoreçam o desenvolvimento sustentável. O encarregado para América Latina do Ministério da Economia da Alemanha, Markus Utsch, adiantou que durante o encontro representantes dos dois países formarão grupos para discutir a possibilidade de investimento em agronegócio no Brasil. As pequenas empresas serão incentivadas a participar.
Apesar de a União Européia investir 50% do orçamento em subsídios aos produtores, a Alemanha se esforça para diminuir o valor. Koch-Weser disse que em 2005 deverá cair 6%. "A Estônia tem uma política agrícola aberta e precisará retroceder ao ingressar no bloco europeu", exemplificou. O vice-ministro admitiu que a queda a médio prazo não será significativa, mas acredita em inversão até 2013. Sobre o fracasso da reunião da Organização Mundial do Comércio, domingo, em Cancún, o vice-ministro avaliou que o Brasil deve continuar com as negociações, evitando, porém, confronto simples para uma discussão complexa. Ressaltou que as discussões precisam ser pragmáticas e não unilaterais.