A União Européia (UE) buscará a soja brasileira e argentina, caso os Estados Unidos não estejam preparados para atender as demandas européias de importação de soja, afirmou Pascal Cogels, da Federação Européia das indústrias de Oleaginosas (Fediol), com sede em Bruxelas. Estados Unidos, Brasil e Argentina são os três principais exportadores de soja à Europa, sendo que os grãos norte-americanos representam 50% das vendas.
Segundo Dimitri Barrua, especialista em oleagionsas do Comitê de Organizações Profissionais Agrícolas da UE (Copa), as estimativas são de que a próxima safra de soja da Europa tenha redução em torno de 14%. Porém, avalia que o impacto negativo do clima muito quente e seco, que quebrou a safra norte-americana de soja, é um sinal que Brasil e Argentina, juntos, poderão tirar proveito da situação. “Este é o momento certo para os agricultores brasileiros e argentinos investirem, porque é agora que esses países tomam decisões de plantio da safra”, assegura consultor agrícola da Oil World alemã, Tomas Mielke.
A indústria norte-americana de soja manifestou seu desapontamento pelo fracasso da reunião OMC. “Se o Brasil e esses outros países continuarem inflexíveis em abrir seus próprios mercados e disciplinar seus subsídios, as negociações da OMC virão despenhadeiro abaixo e o Brasil será responsável por empurrá-las”, afirmou Ron Heck, fazendeiro em Iowa e presidente da Associação Americana da Soja (ASA).