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"Avaliar impacto da estiagem na soja é prematuro"

A chuva está desuniforme, isso tem causado apreensão pela soja, em relação ao milho temos dificuldades consolidadas


Foto: Eliza Maliszewski

A produção de milho do Rio Grande do Sul provavelmente será menor que a esperada devido à falta de chuvas em algumas áreas no Estado, que tem a maior parte da safra do cereal em fases de floração e enchimento de grãos, estágios em que a cultura requer boa umidade, disse o diretor-técnico da Emater nesta sexta-feira.

“O problema maior é o milho, em função do estágio de florescimento e enchimento de grãos, que demanda mais chuvas. Vamos encontrar algumas dificuldades consolidadas”, declarou Alencar Rugeri, agrônomo do departamento gaúcho de assistência técnica.

Questionado se a tendência é um viés de baixa para a estimativa inicial da safra de milho, ele concordou.

“Não posso dizer é qual a dimensão disso, mas a tendência é uma safra com maiores dificuldades, já temos clareza que vamos ter dificuldades, qual é o tamanho, depende do que apurarmos”, comentou.

A produção de milho do Rio Grande do Sul está estimada pela Emater em 5,95 milhões de toneladas em 2019/20, o que coloca o Estado como o maior produtor brasileiro da chamada primeira safra —a menor colheita do país, que se dedica ao milho na segunda safra.

O Rio Grande do Sul, pela localização geográfica e questões climáticas, não faz segunda safra de milho, mas inicia o plantio do cereal antes de outros Estados que também fazem primeira safra.

Em função disso, já registra colheita do milho, em 1% da área, segundo a Emater, e tem 17% da área com espigas maduras, prontas para serem colhidas.

Contudo, 16% da área está em floração e 37% em enchimento de grãos, estágios em que a lavoura requer chuvas que não têm sido uniformes no Rio Grande do Sul.

A situação no Rio Grande do Sul pode acrescentar preocupações sobre a oferta de milho no Brazil nos primeiros meses de 2020, após exportações recordes do cereal em 2019 e forte demanda por produtores de carnes.

PREMATURO AVALIAR SOJA

Em relação à soja, “a situação é mais tranquila” por ora, disse Rugeri, que ressaltou o fato de a oleaginosa ainda estar em germinação e desenvolvimento vegetativo no Rio Grande do Sul, em sua maioria (85%).

A chuva está desuniforme, isso tem causado apreensão pela soja, em relação ao milho temos dificuldades consolidadas”, reiterou, ressalvando que é muito cedo fazer avaliações sobre a soja.

“Tem previsão de chuvas mais uniformes na semana que vem, espero que se confirme, tem expectativa de uma condição melhor”, afirmou ele.

Entretanto, os mapas climáticos que apontam chuvas acima da média na primeira quinzena de janeiro nas principais regiões produtoras de soja do Brasil não indicam um cenário favorável ao Rio Grande do Sul.

As precipitações até ocorrerão no período em território gaúcho, mas estarão com desvio negativo de algumas dezenas de milímetros em algumas áreas.

Em uma situação normal, o Rio Grande do Sul poderia rivalizar com o Paraná pelo posto de segundo produtor brasileiro de soja em 2019/10, com safra estimada em quase 20 milhões de toneladas, após uma expansão da área.

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