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Alto volume de chuva atinge o sul do País e já causa prejuízos

Condições climáticas podem afetar a colheita de soja


As instabilidades que atingiram a região Sul do Brasil devem aumentar ainda mais nos próximos dias. A intensidade e os altos volumes são esperados entre terça e quarta-feira. As condições climáticas podem afetar a colheita de soja. 

Em Alegrete, as instabilidades chegaram com uma forte tempestade. Os ventos derrubaram árvores em vários pontos da área urbana do município. Com as quedas, também houve corte no fornecimento de energia elétrica em vários pontos da cidade. Além do desarme de transformadores, há registro de rompimentos de cabos.

No interior de São Sepé, os prejuízos foram causados pela queda de granizo. Em alguns casos, as pedras de gelo que caíram tinham tamanho de um ovo de galinha pequeno. As localidades mais atingidas foram a do Cerrito do Ouro e Juliana. O receio dos produtores é com as perdas na lavoura e nos pomares por causa do granizo. No entanto, o levantamento da safra está sendo realizado a partir da manhã desta terça-feira.

Cidades do norte gaúcho também registraram granizo na noite de segunda-feira. É o caso de Tupanciretã, onde o granizo também teve tamanho de um ovo de galinha. 

A Emater/RS-Ascar realizou um levantamento dos danos ocasionados à fruticultura e olericultura na região da Serra pelo granizo ocorrido no sábado (13/04), que atingiu os municípios de Bento Gonçalves, Farroupilha, Garibaldi e Caxias do Sul. O caquizeiro foi a cultura mais afetada. Com cerca de 70% da produção ainda a ser colhida, o granizo atingiu uma área de 225 hectares da planta, ocasionando perdas de 2.145 toneladas, o que representa quase 25% da produção que ainda resta colher.

Em menor escala, o granizo atingiu ainda cinco hectares de quivi e 45 de maçã, danificando 65 toneladas de quivi e 625 toneladas de maçã. Houve prejuízos também à plasticultura, ou seja, nem a estrutura de cobertura plástica utilizada em frutíferas e olerícolas para protegê-las das intempéries resistiu às pedras de gelo. Estima-se que 35 hectares tenham sido atingidos, o que, pelo custo elevado da tecnologia, que não tem seguro, apresenta prejuízos elevados, de quase R$ 2 milhões. O montante total de perdas, somando plasticultura e frutíferas, chega a mais de R$ 6,6 milhões.

O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Enio Ângelo Todeschini salienta que o granizo ocorreu fora do período tradicional, que é a primavera, sendo que as perdas na produção só não foram mais intensas pelo fato de as principais espécies cultivadas na região atingida ou ainda não estarem implantadas, como é o caso da cebola e do alho, ou já terem sido na maioria colhidas. Ainda estão em colheita, nesta época, apenas caqui, quivi, maçã Fuji e tomate.

Todeschini também aponta como danos indiretos causados às culturas a perda da massa foliar das frutíferas justamente no período de acúmulo de nutrientes para suportar os rigores do inverno e possibilitar o início de brotação e florescimento após essa estação; além de lesões nos ramos, predispondo à incidência de doenças e com perda de gemas para a safra futura; e os estragos em estradas vicinais e internas das propriedades.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que as chuvas avançam sobre o Sul do país mais fortemente na terça, começando pelo estado do Rio Grande do Sul. Na quarta-feira, além do estado gaúcho, também chove em áreas de Santa Catarina e Sul do Paraná.

As instabilidades que avançam pelo Sul do país passam rápido e já na quinta-feira (18) o tempo volta a ficar aberto sobre a região. Em contrapartida, áreas mais centrais do país, incluindo o Sudeste e Centro-Oeste, passam a ter uma condição mais chuvosa ao longo da semana.
 

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