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Certificação de sementes garante produtividade elevada na lavoura de soja



A produtividade das lavouras de soja no país vem mostrando ganho com a certificação de sementes. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira de Sementes (Abrasem), João Lenine Bonifácio e Souza. Segundo ele, a medida que cresce o registro oficial de sementes aumenta a produtividade. Hoje, de acordo com o presidente da associação, o Estado que apresenta maior produtividade é também o que mais utiliza sementes certificadas; o Mato Grosso produz em média 3.100 quilos por hectare.

Por outro lado, Souza ressalta que o Rio Grande do Sul apresenta a menor produtividade entre os estados em razão do grande volume de sementes não certificadas, as chamadas piratas. A média na última safra gaúcha foi de 2.100 kg/ha. Esse índice coloca o Estado nos patamares de produção de estados com menos tradição no cultivo da soja, como Maranhão e Bahia, embora esse número esteja comprometido com a importação do grão transgênico da Argentina. Também afirmou que esse índice só não foi menor no Estado em decorrência do manejo de plantio direto, alternativas tecnológicas, plantio de variedades adequadas e ao clima favorável. “Pouco foi atribuído ao cultivo de transgênico”, enfatizou o presidente da Abrasem.

Preocupado com essa situação, Souza defende que haja sementes certificadas e qualidade genética disponível para se chegar a uma produtividade elevada. Para isso, a Abrasem realizou dias de campo durante todo o ano passado para mais de 500 mil produtores a fim de demonstrar esses índices. Ele criticou a atitude dos grande produtores em reter a semente não certificada, pirata e transgênica de uma safra para outra.

Ele justificativa que muitas empresas são prejudicadas com essa atitude porque não conseguem gerar receita para a realização de novas pesquisas. “Tem muita semente transgênica que não está sendo contabilizada, além disso, a grande quantidade das sementes piratas desestimula a pesquisa de novas variedades e o país perde em qualidade”, enfatiza. Para ele, essa é a “formalização da ilegalidade”, uma vez que as sementes transgênicas não estão registradas no Ministério da Agricultura, e por isso não deveriam ser vendidas.

Com a preocupação do governo federal em rotular a produção através da Medida Provisória que vai ser publicada nesta quarta-feira (24-09), Souza alerta para a necessidade de uma legislação mais consistente para evitar futuros arrependimentos. “Essa ilegalidade e a falta de reconhecimento à tecnologia vai determinar o mesmo conceito existente hoje ao segmento dos computadores, em que o governo ‘fechou os olhos’ a uma realidade e hoje pagamos um preço alto por um aparelho”, finaliza Souza.

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