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Sindag oferece aviões para o combate a mosquitos com uso de larvicidas biológicos

Intenção é realizar aplicaçõse de larvicidas biológicos nas áreas de mata


Sindicato aeroagrícola se colocou à disposição do Ministério da Agricultura para aplicar larvicidas biológicos em áreas rurais de zonas com surto de febre amarela em São Paulo e Minas

O Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Mapa) recebeu na manhã desta quinta-feira (dia 18) um ofício do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) oferecendo aviões para o combate a mosquitos nas áreas rurais de São Paulo e Minas Gerais, para reduzir os casos de febre amarela na região. A intenção é realizar aplicaçõse de larvicidas biológicos nas áreas de mata, a exemplo do trabalho que a Força Aérea dos Estados Unidos realiza em casos de desastres naturais, como furacões.

Conforme o diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, o encaminhamento foi via Mapa por ser essa a entidade que regula e fiscaliza a aviação agrícola no País. “Estamos falando inicialmente em operações em áreas rurais, mas claro que os larvicidas poderiam ser usados também em núcleos urbanos, envolvendo ainda o Ministério da Saúde”. O documento de hoje foi endereçado ao ministro Blairo Maggi e a resposta do órgão foi de que seria avaliado agora qual trâmite interno ele teria.

ESTRUTURA

No caso brasileiro, conforme o Sindag, as operações poderiam ser feitas em parceria com a Embrapa, que recentemente desenvolveu um bioinseticida capaz de eliminar larvas de mosquitos sem prejudicar outros animais. Conforme o presidente do sindicato aeroagrícola, Júlio Kämpf, o avião já é largamente usado em campanhas contra mosquitos em diversos países da América Latina. “Estamos oferecemos aeronaves e equipes de terra para as operações. Precisaríamos dos técnicos da área sanitária para acompanhar e avaliar as aplicações e do produto a ser utilizado”, resume Kämpf.

Nas áreas rurais, é praticamente impossível utilizar o fumacê por terra, como existe nas cidades. Além do mais, o uso de um produto biológico no nascedouro dos mosquitos também ajudaria a prevenir que as pessoas se intoxicassem com uso excessivo de inseticidas domésticos. Enquanto aguarda uma resposta do Mapa, o Sindag estuda ainda discutir o tema junto à própria Embrapa, já que as duas entidades possuem desde 2008 uma parceria para pesquisas de campo. Além disso, o próprio estudo para uso de aviões em áreas de malária e febre amarela chegou a ser cogitado no início do acordo, embora tenha dado lugar a outras pesquisas sobre tecnologias e segurança ambiental.

TECNOLOGIA

“Há vários caminhos que podem ser tentados e várias parcerias possíveis. O caso é que há tempos a tecnologia existe, e é largamente usada em outros países”, assinala Kämpf. Além de Estados Unidos, México, Argentina e países da Europa, o presidente do Sindag lembra o uso de aviões contra mosquitos tem um exemplo de sucesso no próprio Estado de São Paulo.

Em 1975, três cidades da Baixada Santista (Mongaguá, Peruíbe e Itanhaém) sofriam com surto de encefalite causada por uma infestação de mosquitos Culex. A ação teve a participação da Embraer – que cedeu o avião agrícola e onde trabalhava o hoje consultor do Sindag, Eduardo Araújo – e de uma empresa aeroagrícola. Em duas semanas, combinando ações em terra com pulverizações aéreas em áreas rurais e urbanas, o surto foi eliminado. Nesse caso, a aplicação aérea foi com o mesmo produto químico usado nos fumacês terrestres.

Apesar de já estar respaldada pelo Decreto-Lei 86.765/81, que regulamenta a atividade aeroagrícola, o uso de aviões foi incluído na Lei Federal 13.301/2016, que dispõe sobre medidas no combate a mosquito. 

 

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