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Argentina multa agroquímicas em US$ 783 milhões

Indústrias dizem que vão apelar e consideram que decisão “carece de fundamento”


Foto: inpEV

O governo de Buenos Aires multou 26 empresas agroquímicas em US$ 783 milhões por não recolherem embalagens usadas de defensivos agrícolas. De acordo com Juan Brardinelli, diretor executivo da Organização Provincial para o Desenvolvimento Sustentável (OPDS), justificou que, “de 13 milhões de embalagens de agroquímicos utilizadas, apenas um milhão foi recuperado”.

O burocrata lançou nota oficial comemorando o que qualificou como a “maior penalidade ambiental imposta na Argentina”. Segundo a lei do país vizinho vigente desde 2016, ressaltou ele, o recolhimento e limpeza das embalagens usadas de pesticidas é responsabilidade dos fornecedores.

“Os contêineres não coletados ficam espalhados no campo. Eles acabam queimados, ou enterrados no mar ou são reaproveitados sem controle, para o transporte de outras substâncias. Não existe um sistema de cobrança eficaz e eficiente. Enquanto as empresas pedem tempo, em todo o mundo as regras são respeitadas e aqui o que procuram são as voltas e reviravoltas jurídicas”, disparou Brardinelli.

As indústrias de agroquímicos já avisaram que vão apelar da multa porque consideram que ela “carece de fundamento”. Cerca de 107 empresas do setor lembram que já haviam criado uma fundação chamada “Campo Limpio” para construir centros de coleta temporária de embalagens usadas. Apenas na província de Buenos Aires a recuperação de plástico de embalagens fitossanitárias vazias passou de 236.364 quilos em 2019 para 910.641 quilos em 2020.

Nesse sentido, o Brasil é referência mundial no gerenciamento de resíduos de embalagens vazias de agroquímicos. A regulamentação vigora há 20 anos e atualmente o país recupera 94% dos resíduos plásticos, o que significa mais de 440 mil toneladas de embalagens.

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