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Cuidado com aplicação de fungicidas em baixos volumes

Pode não ser a melhor opção para o produtor


O uso de baixos volumes de aplicação é prática cada vez mais comum em herbicidas e inseticidas, sendo também usual nas aplicações de fungicidas em soja e milho. Especialistas, porém, apontam que pode não ser a melhor opção para o produtor, transformando uma suposta economia em prejuízo. 

“Esta técnica apresenta certo limite no caso de fungicidas, uma vez que pode dificultar a correta colocação de ingrediente ativo nas partes inferiores do dossel da cultura e impede que os produtos expressem todo o seu potencial”, alerta Sergio Decaro, Agrônomo de Tecnologia de Aplicação da UPL.

A literatura e as fontes acadêmicas sobre aplicações terrestres de fungicidas em soja aponta conclusões contundentes sobre os volumes em relação ao controle e produtividade. Volumes mais próximos de 150 L/ha resultam em maior controle e maiores produtividades, se comparado a volumes menores. 

Se considerarmos uma faixa de 50 a 150 L/ha, verificamos na maioria dos trabalhos um incremento de no mínimo 1 saco/ha a mais para cada 20 L acrescidos no volume, sem alterar a quantidade de produto na área. 

“Aquela tal expressão de que água é para beber’ não é verdadeira para fungicidas, uma vez que é o único veículo disponível para levar o produto até o baixeiro das culturas no caso de aplicações terrestres. Esse incremento em produtividade encontrado nos trabalhos de pesquisa sugerem que para as aplicações com baixos volumes, subdoses de fungicida estão chegando realmente nos terços médio e inferior da soja, onde as doenças são mais severas, acelerando a manifestação de resistência dos patógenos aos ingredientes ativos, sobretudo para produtos sítio-específico”, afirma Sergio Decaro.
 
De acordo com ele, a forma como aplicar os produtos, aliado ao operacional, são muito importantes para que o produtor não se encontre em um cenário de subdose ou de baixa rentabilidade associada à redução da produtividade. Por outro lado, a prática de baixos volumes e caldas concentradas aumenta o risco de problemas operacionais nos pulverizadores, como desgastes e decantação de calda. 

Este último é o mais ocorrente na aplicabilidade de todos os fungicidas, uma vez que são insolúveis e decantam, quando a calda está em repouso ou com agitação deficitária. A decantação no tanque pode ocorrer quando a agitação não é suficiente pela baixa rotação de trabalho do equipamento ou quando há interrupção da agitação por algum tempo. Outros fatores também são atenuantes, como incompatibilidade entre produtos na calda, ou o não preparo correto e pré-diluição dos produtos antes de coloca-los no tanque.

“Por esse motivo a UPL tem buscado cada vez mais difundir informações de boas práticas em Tecnologia de Aplicação aos clientes finais, e aproximações com empresas de pulverizadores, visando melhorar a eficiência das aplicações e aumentar a rentabilidade do produtor no campo”, finaliza Decaro.

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