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Polêmica com o Dicamba continua nos EUA

Fabricantes garantem formulação e acusam aplicadores e genéricos



O ano de 2017 seria supostamente "o ano" do Roundup Ready 2 Xtend nos Estados Unidos. Finalmente, produtores plantando soja tolerante ao Dicamba poderiam escolher entre três formulações diferentes que os fabricantes venderam como de baixa volatilidade para minimizar o problema de deriva.  

O veredito? O Dicamba permitiu aos produtores controlar pragas que resistiram a vários modos de ação de herbicidas. “O Dicamba nunca foi um herbicida forte para o Amaranto, então imaginamos como seria em Amaranthus Tuberculatus. Ficamos impressionados o quanto se desempenhou bem”, diz Bob Hartzler, especialista em pragas na Universidade Estadual de Iowa, ao Portal Agriculture.

Por outro lado, problemas de deriva em aplicações resultaram em 2.708 processos por prejuízos investigados pelos estados. Enquanto isso, uma análise da Universidade do Missour demonstrou que o Dicamba danificou 3,6 milhões de acres dos 89,5 milhões de acres plantados de soja nos Estados Unidos em 2017.

Danos fora de alvo também afetaram frutas, verduras e árvores. Tom Wahl, um produtor de castanha de Wapello, Iowa, experimentou danos fora de alvo. “Eu tive muitos danos em folhas”, diz ele. “As pontas das folhas se enrolaram. Eu nunca tinha visto isso antes”, contou.

Reguladores dos Estados Unidos aprovaram soja tolerante ao Dicamba para a temporada de 2016. Eles não não contavam que muitos utilizariam formulações genéricas de Dicamba incompatíveis, de alta volatilidade, que foram as que provocaram o problema de deriva. Alguns maus aplicadores usaram fórmulas antigas e ilegais que danificaram outros cultivos.

Isso era esperado que mudasse em 2017. A Agência de Proteção Ambiental aprovou o uso dos seguintes herbicidas para uso no sistema: Eugenia (Basf), FeXapan (Dow DuPont) e Xtendi Max com VaporGrip (Monsanto).

Apesar de anunciarem como de baixa volatilidade, os problemas começaram a partir de Junho com um caso no Missouri. A cena foi repetida nos 25 dos 34 estados onde o Dicamba foi aplicado em soja. Isso levou a alguns estados a aplicar regras mais estritas que as federais com uma proibição no estado do Arkansas, que é contestada pela Monsanto.

No verão passado, a Monsanto contatou 1.222 aplicadores e chegou a conclusão que em 91% dos casos existiram erros nas recomendações de aplicação. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) exigiu novas recomendações que devem ajudar a reduzir a deriva, mas não devem resolver o problema, segundo Mike Owen, também da Universidade Estadual de Iowa. Os fabricantes não concordam.

Para Gary Schmitz, técnico da Basf no Meio-Oeste dos Estados Unidos, a responsabilidade é sempre do aplicador. “Para aplicadores que não querem ou não podem seguir as exigências especificadas nos rótulos, nós recomendamos que não usem o Eugenia. O Dicamba é só uma ferramenta entre muitas disponíveis. Não necessita ser aplicada em cada acre”, afirmou Schmitz.

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