Vivemos em uma época de sobrecarga de informações, com uma avalanche de notícias desabando sobre nós, todos os dias. Sofremos uma luta íntima para decidir quais informações devemos aceitar e seguir, ou julgar quais dessas novas notícias devem ser desconsideradas.
São questões contemporâneas inerentes a praticamente todas as profissões e atividades humanas, desde agricultores, engenheiros agrônomos, até mesmo jornalistas, médicos, comerciantes ou veterinários. Se considerarmos a internet em língua portuguesa, o volume de informações equivale a várias enciclopédias, diariamente servidas aos consumidores de notícias, em ritmo implacável, intermitente e perversa. Sabemos que é impossível acompanhar tudo, quanto mais avaliar a credibilidade do que se lê.
Assim, obter informações ou opiniões confiáveis é um desafio, pois estamos todos à procura de inovações para melhorar a eficiência de nosso trabalho. Engano do leitor se imaginar que não é impactado pelas notícias da mídia. Essas informações vão chegar a quase todos através de conversas na fila do banco, no balcão da cooperativa, em reuniões caseiras, ou pelas visitas na fazenda. Tenhamos a certeza, entretanto, que vão chegar distorcidas, pois quem conta um ponto esquece um tanto e aumenta outro tanto.
Parece ser esse o caso da sustentabilidade. Saibamos que as distorções podem ser planejadas maquiavelicamente para vender algo aos crédulos, e bater a carteira dos distraídos. A questão começa por “vender um conceito”, e, à medida que essa ideia vai sendo “vendida”, convencendo as pessoas de sua credibilidade e verossimilhança, mais gente e interesses são agregados, reforçando o conceito original e facilitando a vida dos convivas.
Em novembro último aconteceu o 11º Congresso de Marketing Rural, em São Paulo, onde diversos palestrantes convidados pela ABMR&A – Associação Brasileira de Marketing Rural e Agribusiness proferiram palestras e deram seus recados corporativos, especialmente no que diz respeito a marketing, aos desejos dos consumidores, e à tal da sustentabilidade. O conceito do evento foi “Agronegócio brasileiro: do campo à mesa. Pensando o futuro hoje”.
Daniel Boer, brasileiro, que é diretor de Proteínas América Latina no McDonald's, nos EUA, foi um dos palestrantes, com o tema “O Agronegócio preparado para atender um consumidor mais exigente”. Boer mostrou a grandeza dos números do McDonald’s no mundo, que possui mais de 800 lojas apenas no Brasil, e milhares pelo mundo afora. Depois, revelou que os consumidores andam exigentes, a ponto de colocar empresas em situações difíceis se estas não atenderem suas idiossincrasias, e destacou que, na questão de carnes, os consumidores dos hambúrgueres de suas lojas não aceitam carnes de aves ou bois que tenham consumido antibióticos e hormônios, ou que tenham recebido maus tratos. Solução: para satisfazer seus clientes o McDonald’s vai exigir rastreabilidade de seus fornecedores de carnes e vegetais. E não irá pagar nada a mais aos fornecedores, que terão de arcar com os custos que a rastreabilidade acarreta.
A questão, dita pelo diretor do McDonalds, lembra o início do plantio da soja transgênica no Brasil, quando importadores europeus exigiam soja convencional, mas não se dispunham a pagar um prêmio aos fornecedores, mesmo cientes de que a soja convencional apresentava custo de produção mais elevado, quando comparado à soja GM. Com o plantio avassalador da soja GM, os importadores europeus caíram na realidade, e hoje em dia já oferecem um prêmio pela soja convencional.
Qualquer empresa pode fazer o marketing que desejar e pode prometer aos seus clientes tudo o que considerar possível. Entretanto, os benefícios prometidos, se representarem custos aos fornecedores, por questão de bom senso, devem ser assumidos por quem promete, e não por quem nada tem a ver com a pendenga. O que o McDonalds faz é dar presentes aos seus clientes, com chapéu alheio.
O tal do marketing da sustentabilidade chegou ao fast food e quem vai pagar a conta será o produtor rural? Boa essa, conta outra.
São questões contemporâneas inerentes a praticamente todas as profissões e atividades humanas, desde agricultores, engenheiros agrônomos, até mesmo jornalistas, médicos, comerciantes ou veterinários. Se considerarmos a internet em língua portuguesa, o volume de informações equivale a várias enciclopédias, diariamente servidas aos consumidores de notícias, em ritmo implacável, intermitente e perversa. Sabemos que é impossível acompanhar tudo, quanto mais avaliar a credibilidade do que se lê.
Assim, obter informações ou opiniões confiáveis é um desafio, pois estamos todos à procura de inovações para melhorar a eficiência de nosso trabalho. Engano do leitor se imaginar que não é impactado pelas notícias da mídia. Essas informações vão chegar a quase todos através de conversas na fila do banco, no balcão da cooperativa, em reuniões caseiras, ou pelas visitas na fazenda. Tenhamos a certeza, entretanto, que vão chegar distorcidas, pois quem conta um ponto esquece um tanto e aumenta outro tanto.
Parece ser esse o caso da sustentabilidade. Saibamos que as distorções podem ser planejadas maquiavelicamente para vender algo aos crédulos, e bater a carteira dos distraídos. A questão começa por “vender um conceito”, e, à medida que essa ideia vai sendo “vendida”, convencendo as pessoas de sua credibilidade e verossimilhança, mais gente e interesses são agregados, reforçando o conceito original e facilitando a vida dos convivas.
Em novembro último aconteceu o 11º Congresso de Marketing Rural, em São Paulo, onde diversos palestrantes convidados pela ABMR&A – Associação Brasileira de Marketing Rural e Agribusiness proferiram palestras e deram seus recados corporativos, especialmente no que diz respeito a marketing, aos desejos dos consumidores, e à tal da sustentabilidade. O conceito do evento foi “Agronegócio brasileiro: do campo à mesa. Pensando o futuro hoje”.
Daniel Boer, brasileiro, que é diretor de Proteínas América Latina no McDonald's, nos EUA, foi um dos palestrantes, com o tema “O Agronegócio preparado para atender um consumidor mais exigente”. Boer mostrou a grandeza dos números do McDonald’s no mundo, que possui mais de 800 lojas apenas no Brasil, e milhares pelo mundo afora. Depois, revelou que os consumidores andam exigentes, a ponto de colocar empresas em situações difíceis se estas não atenderem suas idiossincrasias, e destacou que, na questão de carnes, os consumidores dos hambúrgueres de suas lojas não aceitam carnes de aves ou bois que tenham consumido antibióticos e hormônios, ou que tenham recebido maus tratos. Solução: para satisfazer seus clientes o McDonald’s vai exigir rastreabilidade de seus fornecedores de carnes e vegetais. E não irá pagar nada a mais aos fornecedores, que terão de arcar com os custos que a rastreabilidade acarreta.
A questão, dita pelo diretor do McDonalds, lembra o início do plantio da soja transgênica no Brasil, quando importadores europeus exigiam soja convencional, mas não se dispunham a pagar um prêmio aos fornecedores, mesmo cientes de que a soja convencional apresentava custo de produção mais elevado, quando comparado à soja GM. Com o plantio avassalador da soja GM, os importadores europeus caíram na realidade, e hoje em dia já oferecem um prêmio pela soja convencional.
Qualquer empresa pode fazer o marketing que desejar e pode prometer aos seus clientes tudo o que considerar possível. Entretanto, os benefícios prometidos, se representarem custos aos fornecedores, por questão de bom senso, devem ser assumidos por quem promete, e não por quem nada tem a ver com a pendenga. O que o McDonalds faz é dar presentes aos seus clientes, com chapéu alheio.
O tal do marketing da sustentabilidade chegou ao fast food e quem vai pagar a conta será o produtor rural? Boa essa, conta outra.