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Análise semanal do mercado do milho

Análise semanal do mercado do milho


As cotações do milho em Chicago recuaram nesta semana, com o fechamento desta quinta-feira (20/04) ficando em US$ 3,57/bushel, contra US$ 3,71 uma semana antes.

Igualmente aqui o mercado do clima nos EUA está atuando fortemente, como sempre acontece nesta época do ano. O plantio local se iniciou e, consta, o excesso de chuvas poderia atrasar a semeadura do cereal. Todavia, repetimos, ainda é muito cedo para se tirar conclusões a respeito.

Na prática, apenas o fator climático pode alterar o comportamento das cotações do milho em Chicago, no curto prazo. O mercado tenta trabalhar com a possibilidade de geadas na Argentina para este final de semana, as quais poderiam causar algum prejuízo às lavouras de milho locais, porém, é bom lembrar que o produto igualmente já está em fase de colheita e menos suscetível ao fenômeno.

Nos EUA, as exportações de milho somaram 738.000 toneladas na semana anterior e 1,3 milhão na semana passada, não chegando a animar o mercado. Com isso, os prêmios no Golfo do México, local de embarque nos EUA, recuaram.

Já o plantio do milho nos EUA chegou a 6% até o dia 16/04, contra 12% em 2016 e 9% na média histórica. Há um atraso, porém, é muito cedo para se especular em torno disso, pois rapidamente o mesmo pode ser recuperado.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB ficou em US$ 162,00 e US$ 95,00 respectivamente.

No Brasil, os preços continuam muito fracos, ainda havendo um viés de baixa para algumas localidades. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 21,99/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 25,50 e R$ 26,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram entre R$ 18,00/saco em Campo Novo do Parecis e Sapezal (MT) e R$ 27,50/saco em Videira (SC). Nota-se que em algumas praças o preço do milho já está na altura do preço mínimo oficial.

A colheita da safra de verão vai chegando ao final, estancando um pouco a oferta, o que pode estabilizar os preços. Mesmo assim, o valor futuro para setembro, na BM&F, ainda está abaixo do indicado no porto de Santos, onde ocorreram negócios ao redor de R$ 29,70/saco para agosto/setembro (cf. Safras & Mercado). O mercado tenta resistir em baixar aquém de R$ 27,00/saco no CIF região de Campinas (SP). 

Entre o final da colheita da safra de verão e a safrinha pode ocorrer um pouco de volatilidade nos preços internos do milho, com alguma chance de pequenas recuperações em seu valor.

Nesse sentido, a colheita de verão estava em 72% do total no dia 13/04 no Centro-Sul brasileiro, contra 86% na mesma época do ano passado. O Rio Grande do Sul teria colhido 85%, enquanto Santa Catarina e Paraná chegavam a 75%. Já o Estado de São Paulo atingia a 88%, seguido do Mato Grosso do Sul com 78%, Goiás/DF com 60%, Minas Gerais 51% e Mato Grosso 70% (cf. Safras & Mercado).

No final da corrente semana o mercado paulista deu sinais de alguma firmeza pelo fato de os produtores segurarem as vendas. Esse movimento, se perdurar, pode causar alguma mudança para melhor nos valores do milho no centro do país.

Enfim, o governo publicou as portarias com os mecanismos de comercialização do milho, indicando que o contrato de opção terá data de exercício em 15/09 e preço sugerido de R$ 17,87/saco para localidades do Mato Grosso. O produtor terá que pagar o prêmio em leilão para ter direito a venda ao governo nestes preços. O volume deverá ser limitado a 1 milhão de toneladas (cf. Safras & Mercado).
 

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