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Análise semanal do mercado do trigo

Neste contexto geral, espera-se alguma recuperação nos preços internos do trigo até julho


As cotações do trigo chegaram a recuar a US$ 4,02/bushel durante esta semana, atingindo seu ponto mais baixo em Chicago desde o final de dezembro passado. Posteriormente reagiram um pouco e fecharam a quinta-feira (27) em US$ 4,13/bushel.

Diante de uma oferta mundial abundante, os dados relativos à exportação dos EUA não foram suficientes para impedir um recuo nas cotações no início da semana. Somou-se a isso a fraqueza nas cotações da soja e do milho. Posteriormente, os preços melhoraram um pouco em função de um clima mais chuvoso nos EUA nesta segunda metade de abril. Além disso, o dólar enfraqueceu e ajudou a dar suporte aos preços do cereal.

O mercado espera agora o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para a segunda semana de maio. Neste relatório virão as primeiras projeções para a nova safra dos EUA e o novo ano comercial 2017/18. Enquanto isso, no Mercosul a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 175,00 e US$ 192,00.

Já no Brasil o mercado continua ruim, embora tenha havido algum movimento de negócios neste final de abril, originado de maior liquidez do mercado nacional. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 28,10/saco, enquanto o preço de referência dos lotes permaneceu entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco. Já no Paraná o balcão se manteve entre R$ 31,00 e R$ 34,00/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 36,00 e R$ 38,00/saco. Em Santa Catarina o balcão continuou em R$ 32,00/saco em média.

A boa notícia é que retornaram alguns negócios pontuais neste final de abril, mesmo que em ritmo lento. Isso se deu pela menor entrada do produto paraguaio via Paraná, além deste produto ficar menos atrativo com a pequena desvalorização do Real durante esta última semana de abril. Por sua vez, com os baixos preços da soja, muitos produtores, especialmente no Rio Grande do Sul, podem estar se encaminhando para a venda de trigo em busca de uma liquidez imediata, esperando vender a soja no segundo semestre.

Neste contexto geral, espera-se alguma recuperação nos preços internos do trigo até julho, porém, sem grandes euforias. Afinal, com a decisão de aumentar o ICMS no Paraná, está aumentando o estoque local. Ao mesmo tempo, as importações ainda continuam competitivas. E os leilões de Pepro e de Pep, embora ajudem, não estão sendo suficientes para animar o mercado local.

Assim, chegamos ao final de abril com o mercado nacional do trigo apresentando uma pequena melhora na comercialização interna, porém, sem mexer nos preços locais. Auxilia a este movimento, enfim, o encerramento da colheita de verão no Centro-Sul brasileiro, fato que libera a logística local para os negócios com trigo, antes da nova safra.

Dito isso, outro fator que deverá pesar muito futuramente no mercado interno é a decisão de forte recuo na área semeada com a nova safra de trigo. No Rio Grande do Sul, estimativas iniciais dão conta de uma redução entre 30% a 50% nesta área. 
 

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