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Arroz: os preços mundiais relaxam

Preços mundiais relaxaram, após dois meses de fortes altas


Em julho, os preços mundiais relaxaram, após dois meses de fortes altas. Esta queda se deve principalmente à contração dos preços tailandeses. Apesar da chegada da nova safra no hemisfério sul, e das boas condições climáticas no Norte, os preços mundiais registraram tendências altistas durante o segundo trimestre do ano devido à demanda significativa de importação de países asiáticos e do Oriente Médio. A redução significativa dos estoques dos principais exportadores, ao menor nível desde 2008, também influenciou os preços de exportação. No entanto, o mercado parece recuperar alguma estabilidade, inclusive marcando um ligeiro aumento dos preços no final de julho. Em 2017, o comércio mundial poderia aumentar em 6,5%, retornando assim ao seu nível de 2015. Esta recuperação beneficiaria à maioria dos exportadores asiáticos e estadunidenses, os quais apontam avanços confortáveis em suas vendas externas em relação ao ano anterior, na mesma época.

Em julho, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) baixou 4,2 pontos a 204,4 pontos (base 100 = janeiro 2000) contra 208,7 pontos em junho. No início de agosto, oíndice IPO tendia a baixar para 201 pontos.

Produção e Comercio Mundiais

Segundo a FAO, a produção mundial aumentou 1,6% em 2016 para 750 milhões de toneladas de arroz em casca (500 Mt base beneficiado) contra 740 Mt anteriormente. Em 2017, as condições climáticas seriam, mais uma vez, favoráveis no geral. Ainda assim, a produção arrozeira aumentaria apenas 0,8% para 759Mt (504Mt de arroz beneficiado). Este aumento aconteceria principalmente na Índia, na Indonésia e na Tailândia graças a uma extensão das áreas plantadas. Por outro lado, o aumento seria menos significativo na China e no Vietnã. Na África, as colheitas continuam melhorando, sobretudo nas regiões ocidentais do continente. Na América Latina, o incremento da produção se confirma, especialmente no Brasil. Na América do Norte, as colheitas devem começar nas próximas semanas e podem baixar 16% por causa de uma redução das áreas arrozeiras.

Em 2017, o comércio mundial deve se reativar para alcançar cerca de 44,5 Mt, compensando assim a redução de 7,7% em 2016 para 41,2 Mt. O aumento se concentrará na Ásia, onde os grandes países importadores começaram a restabelecer suas reservas de arroz para controlar a inflação nos preços internos. A demanda africana pode ser menos importante do que a prevista. No restante do mundo, as importações devem baixar graças a um incremento das disponibilidades internas.Pelo lado da oferta, todos os exportadores verão suas vendas aumentarem, salvo Paquistão. Índia, Tailândia e Vietnã consolidarão suas posições representando 63% das exportações mundiais contra 59% em 2016. 

Os estoques mundiais de arroz terminando em 2016 baixaram 2% a 170,7 Mt. A redução afetou principalmente Índia e Tailândia, onde as autoridades públicas seguem liquidando seus antigos estoques. Em 2017, as reservas mundiais podem se manter estáveis, em torno de 170,5 Mt; um nível considerado confortável, equivalente a um terço do consumo mundial.

Atualidade do mercado mundial

Na Tailândia, os preços do arroz baixaram 8% em julho, depois de uma alta acumulada de 20% nos dois meses anteriores devido à massivas compras de países asiáticos e do Oriente Médio. O governo finalmente se desfez de grande parte de seus antigos estoques. No total, os estoques nacionais poderiam baixar 27% em relação a 2016. Após o recorde de vendas em junho, as exportações mensais em julho alcançaram cerca de 0,85 Mt contra mais de 1 Mt anteriormente, um avanço de 15% em relação ao ano anterior na mesma época. Em 2017, as exportações totais podiam oscilar entre 10,5 y 11 Mt. Em julho, o Tai 100%B caiu para US$ 414/t Fob contra $ 451 em junho. O Tai parboilizado também caiu para $ 416, contra $ 450. Já o arroz quebrado A1 Super perdeu apenas 3% para $ 336 contra $ 348 em junho. No início de agosto, os preços seguiam fracos. 

No Vietnã, os preços do arroz se mantiveram relativamente estáveis, registrando inclusive certa firmeza no final de julho. A demanda de exportação deve se manter estável com um volume de vendas mensais em torno de 500.000 t. Para os 7 primeiros meses do ano, as exportações vietnamitas alcançaram 3,35 Mt, alta de 7,5% em relação a 2016 na mesma época. As disponibilidades exportáveis devem ser menores nos próximos meses em função de um escasso incremento da produção 2017. Porém, as exportações podem chegar a 6,9 Mt contra 6,2 Mt em 2016. Em julho, o Viet 5% se manteve estável a $ 411/t, enquanto o Viet 25% se revalorizou a $ 380 contra $ 375 em junho. No início de agosto, os preços tendiam a se manter firmes.

Na Índia, os preços externos também se mantiveram estáveis. As disponibilidades exportáveis se reduzem e as perspectivas de colheitas seriam menores de que o previsto. A produção arrozeira deve aumentar 1,1% a 110 Mt (arroz beneficiado) contra 109 Mt em 2016. As exportações mensais registram também uma queda, mas ainda marcam um avanço de 20% em relação à mesma época do ano passado. Em julho, o arroz indiano 5% subiu para $ 412/t contra $ 409 em junho. O arroz indiano 25% se manteve estável, mais uma vez, em $ 365. No início de agosto, os preços permaneciam estáveis.

No Paquistão, os preços de exportação se mostraram relativamente firmes no início do mês, mas começaram a cair em meados de julho. As exportações avançam lentamente e as perspectivas de vendas para 2017 indicam uma redução de 5% a 3,9 Mt contra 4,1 Mt em 2016. Em julho, o Pak 5% foi cotado a $ 424/t contra $ 433 em junho. No início de agosto, os preços tendiam a baixar. 

Nos Estados Unidos, os preços de exportação se mantiveram firmes, aumentando 2% em julho. As vendas externas foram muito mais ativas atingindo 340.000 t contra 265.000 t em junho. Em julho, o México foi novamente o principal cliente com 25% das vendas estadunidenses, sendo seguido pelo Haiti (20%) e Venezuela (19%). As vendas progridem também no resto da América Central e Caribe. Esses mercados representam mais de 60% das exportações norte-americanas. Em 2017, apesar de um declínio da produção, as exportações devem aumentar 3% em relação a 2016. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi cotado a $ 509/t contra $ 500 em junho. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz em casca se revalorizaram 5,2% marcando uma média mensal de $ 265/t contra $ 252 em junho. No início de agosto, os preços futuros se mantinham firmes em torno de $ 275/t.

No Mercosul, os preços externos subiram 1,3% em julho. Globalmente, a produção arrozeira aumentou, especialmente no Brasil, onde a colheita subiu 15% graças à boa produtividade. No Uruguai e no Paraguai, a produção também aumentou. Já na Argentina, as colheitas caíram devido a redução da área plantada. As exportações avançam a um ritmo lento, principalmente no Brasil onde as vendas externas têm um atraso de 45% em relação à mesma época do ano passado. Em julho, o preço indicativo do arroz em casca brasileiro se revalorizou 4,3% a $ 252/t contra $ 242 em junho. No início de agosto, o preço do arroz em casca se mostrava firme a $ 258.

Na África subsaariana, a produção arrozeira deve crescer novamente em 2017 por causa da extensão das áreas arrozeiras e da boa pluviometria. As melhoras serão significativas na África ocidental, onde os governos continuam incentivando a produção local. Por outro lado, as colheitas serão menores na África do Leste e em Madagascar, onde más condições climáticas seguem impactando a produção. Globalmente, as disponibilidades nos mercados domésticos serão mais abundantes, o que deve reduzir o crescimento das importações, podendo aumentar 1,5% contra um incremento duas vezes maior no ano anterior.

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