China compra mais soja dos EUA do que do Brasil
Isso não ocorria desde 2018
Agrolink
- Leonardo Gottems
A China importou mais soja dos Estados Unidos do que do Brasil pela primeira vez desde meados de 2018, depois que a tensão entre asiáticos e norte-americanos deram uma trégua, segundo o que informou a T&F consultoria Agroeconômica. Nesse cenário, a China importou um total de 6,1 milhões de milhões de toneladas de soja dos EUA em janeiro e fevereiro deste ano, mais de cinco vezes o volume nos mesmos dois meses do ano anterior, indicaram dados da Alfândega da China.
“Isso foi quase 19% maior que as importações de soja brasileira, que totalizaram 5,14 milhões de toneladas nos dois primeiros meses do ano. O movimento ocorreu quando as tensões comerciais EUA-China diminuíram desde setembro de 2019, com a assinatura do acordo comercial Fase Um em dezembro, seguido por uma série de compras de soja feitas por trituradores como parte de uma cota governamental livre de tarifas”, comenta a T&F.
Nesse cenário, em julho de 2018, o governo chinês impôs uma tarifa adicional de 25% sobre a soja dos EUA em meio a uma crescente guerra comercial com seu principal parceiro comercial, “deixando as importações dos EUA no limbo”. “A dinâmica levou o Brasil a fortalecer sua posição dominante como principal fornecedor para a China, com uma média mensal de exportação de 5,24 milhões de toneladas durante o período de 20 meses entre julho de 2018 e fevereiro de 2020”, completa a consultoria.
“Enquanto isso, o volume da Argentina nos mesmos dois meses deste ano quase achatou-se ano a ano em 1,8 milhão de toneladas A Aduana da China anunciou recentemente sua nova política de publicação de dados de importação e exportação para janeiro e fevereiro coletivamente a partir deste ano, enquanto os dados para outros meses não serão afetados e manterão sua frequência mensal”, conclui.