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Cotações da soja em Chicago oscilaram bastante nesta semana

Fechamento ficou em US$ 9,67/bushel, contra US$ 9,63 uma semana antes, para o primeiro mês cotado



As cotações da soja em Chicago oscilaram bastante nesta semana, com o encerramento da quinta-feira (14) em alta, puxado pela boa demanda pela soja dos EUA. O referido fechamento ficou em US$ 9,67/bushel, contra US$ 9,63 uma semana antes, para o primeiro mês cotado. E isto que o relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 12/09, foi baixista.

De fato, tal relatório surpreendeu parte do mercado, pois trouxe números maiores de produção de soja nos EUA. A produção final estadunidense, cuja colheita se inicia neste mês de setembro, está agora estimada em 120,6 milhões de toneladas, um novo recorde histórico. Todavia, os estoques finais nos EUA, para o ano 2017/18, não foram alterados, ficando em 12,9 milhões de toneladas, já que houve aumento do volume a ser exportado. Com isso, o patamar de preços médios em Chicago ficou estabelecido entre US$ 8,35 e US$ 10,05/bushel para o atual ano comercial 2017/18.

Quanto à produção mundial de soja, o relatório indicou um volume total de 348,4 milhões de toneladas e estoques finais mundiais em 97,5 milhões. Tais estoques são os mais elevados dos últimos anos. A produção brasileira permaneceu estimada em 107 milhões de toneladas para 2017/18, enquanto a da Argentina ficou em 57 milhões de toneladas. Enfim, as importações de soja por parte da China foram aumentadas para 95 milhões de toneladas. Com este volume, os chineses deverão importar 63,8% de toda a soja comprada pelo mundo em 2017/18.

Entretanto, as altas nos dias seguintes ao relatório mostram que os operadores na Bolsa desconfiam dos números do USDA. Após uma natural queda das cotações no dia do anúncio do relatório, o mercado se recuperou nos dias seguintes de forma consistente, constituindo um cenário de fortes oscilações e dúvidas. Muitos apontam que as quebras climáticas nas lavouras estadunidenses são mais importantes do que o até o momento considerado. Entretanto, é bom lembrar que houve um aumento de 7% na área semeada naquele país. Pelo sim ou pelo não, o fato é que o mercado, a partir de agora começará a sofrer a pressão da colheita e o clima nos EUA tende a perder força como elemento de especulação de preços, salvo se houver dificuldades na colheita.

Vale destacar que a qualidade das lavouras estadunidenses, até o dia 03/09, indicava 60% das mesmas entre boas a excelentes, com recuo de um ponto percentual em relação a semana anterior. Neste sentido, enquanto o USDA projeta uma produtividade média de 55,9 sacos/hectare no final da colheita, parte do mercado estima que a mesma será menor, devendo ficar ao redor de 52,7 sacos/hectare. Esta queda de braço é que definirá o futuro das cotações, a partir do momento em que a colheita indicar um número real de produtividade nas próximas semanas.

Por sua vez, as exportações líquidas de soja, por parte dos EUA, referentes ainda ao ano comercial 2016/17, indicaram um volume final de 366.400 toneladas na semana encerrada em 31/08. Para o ano 2017/18 o volume alcançou 1,5 milhão de toneladas. No somatório dos dois anos, o volume superou o esperado pelo mercado.

Na Argentina, o esmagamento de soja em julho atingiu a 4,3 milhões de toneladas, contra 3,9 milhões em junho. No total do ano comercial 2017/18 argentino, iniciado em 1º de abril, o esmagamento chega a 16,7 milhões de toneladas, contra 16,1 milhões no mesmo período do ano anterior.

Pelo lado da demanda, a China anunciou que importou 8,5 milhões de toneladas de soja em agosto, ou seja, 10% abaixo do realizado no mês de julho, mas um recorde para agosto. No ano comercial outubro/16 a setembro/17 os chineses já haviam importado 85,4 milhões de toneladas, faltando apenas 5,6 milhões de toneladas em setembro para fechar o total projetado para todo o corrente ano comercial. O mercado espera, inclusive, que o referido ano termine com importações maiores por parte dos chineses (cf. AgResource).

No Brasil, os preços da soja pouco se alteraram, pois o câmbio voltou a apontar para um Real ainda mais valorizado. Em alguns momentos da semana o mesmo chegou a oscilar entre R$ 3,05 e R$ 3,10 por dólar. Assim, o balcão gaúcho fechou a semana em R$ 60,04/saco, com leve melhora sobre a semana anterior, enquanto os lotes ficaram entre R$ 65,00 e R$ 66,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 55,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 68,00/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 58,00 em Chapadão do Sul e São Gabriel (MS); R$ 58,50 em Goiatuba (GO); R$ 61,50 em Pedro Afonso (TO); R$ 63,50 em Uruçuí (PI); e R$ 66,50/saco em Pato Branco (PR).

Em relação a safra passada brasileira, a comercialização até o dia 08/09 chegava a 80% do total, contra 88% na média histórica para esta época do ano. No Rio Grande do Sul a mesma atingia a 60%, contra 77% na média; no Paraná chegava a 75%, contra 82%; e no Mato Grosso alcançava 89%, contra 94%. Já quanto às vendas futuras relativas à nova safra que começa a ser semeada no país, o percentual até o dia 08/09 era de 11%, contra 21% na média nacional. No  Rio Grande do Sul havia 6% comercializado, contra 12% na média; no Paraná 8%, contra 14%; no Mato Grosso 15%, contra 26%; no Mato Grosso do Sul 13%, contra 22%; em Goiás 9%, contra 23%; em São Paulo 6%, contra 14%; em Minas Gerais 8%, contra 20%; e na Bahia 12%, contra 26% na média histórica (cf. Safras & Mercado). Ou seja, os produtores resistem em vender antecipadamente, repetindo o comportamento do ano anterior, na expectativa de que os preços futuros venham a ser melhores, já que os custos de produção não recuam. Tal estratégia, todavia, ficará muito dependente do câmbio no Brasil, na medida em que uma safra cheia se consolida mais uma vez nos EUA e um plantio em crescimento se desenha na América do Sul para esta primavera/verão.

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