CI

Cotações da soja subiram nesta semana

Mercado busca qualquer motivo para animar um pouco as cotações, após um recuo sensível nos últimos meses


As cotações da soja, em Chicago, subiram um pouco nesta semana, embora a série de notícias baixistas divulgadas neste início de outubro. A alta, na verdade, se deu em cima de especulações quanto a ocorrência de chuvas importantes nas regiões produtoras dos EUA, as quais podem frear o ritmo da maior colheita da história local. Na prática, o mercado busca qualquer motivo para animar um pouco as cotações, após um recuo sensível nos últimos meses.

Ajudou igualmente a forte elevação das cotações do óleo de soja, puxadas pelo aumento nos preços do petróleo, os quais ultrapassaram os US$ 80,00/barril, valor que não era visto desde 2014. De fato, a libra-peso do óleo de soja, em Chicago, bateu em 29,52 centavos de dólar no dia 03/10, valor que não era visto desde o dia 18/06 passado.

Assim, o grão, em seu primeiro mês cotado, fechou a quinta-feira (04) em US$ 8,59/bushel, contra US$ 8,55 uma semana antes. A média de setembro ficou em US$ 8,34, após US$ 8,61 em agosto e US$ 9,62/bushel na média de setembro de 2017. Desta forma, em relação ao mesmo mês do ano passado, a média do bushel de soja recuou 13,3%. 

Animou um pouco o mercado, igualmente, o fato das exportações estadunidenses de soja terem ficado em níveis adequados. Além disso, foi anunciado vendas de farelo de soja dos EUA para a Argentina, um grande exportador deste subproduto e que enfrenta, neste ano, dificuldades de oferta interna devido as fortes perdas ocorridas na safra de soja do último ano. As exportações líquidas do grão, para o ano comercial 2018/19, chegaram a 870.700 toneladas nos EUA, na semana encerrada em 20/09.

Dito isso, até o dia 30/09 a colheita avançava muito bem, atingindo a 23% da área semeada, contra a média histórica de 20% para esta época do ano. Até a data indicada, 68% das lavouras a colher continuavam em condições entre boas a excelentes.

Ao mesmo tempo, o anúncio de estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, acima do esperado pelo mercado, ajudou a frear as altas e mostra que não há motivos de médio prazo que possam dar suporte a um movimento consistente de alta em Chicago (salvo problemas na colheita estadunidense).

Tais estoques apontaram um volume de 11,9 milhões de toneladas, sendo 45% superiores ao que existia na mesma data de 2017. O mercado esperava um volume de 10,7 milhões de toneladas. Nesta posição, são os maiores estoques de soja em 11 anos nos EUA.

Enfim, a semana terminou com algum entusiasmo quanto ao novo acordo comercial assinado entre os países do NAFTA (EUA, México e Canadá), o qual poderá oferecer maiores vantagens aos produtos agrícolas estadunidenses. Mas o ritmo acelerado da colheita, a falta de confirmação de chuvas que estejam atrapalhando a colheita, e o início de plantio da nova safra brasileira de soja, a qual se espera seja um recorde, pressionou as cotações em Chicago.

Já no Brasil, o anúncio das pesquisas eleitorais próximas à data da eleição presidencial, em primeiro turno, levam o mercado financeiro a se reposicionar. Com suas preferências eleitorais, neste momento, liderando as pesquisas o câmbio cedeu significativamente nestes últimos dias. O Real chegou a ser cotado a R$ 3,82 durante a semana, fechando a quinta-feira (04) ao redor de R$ 3,88 contra quase R$ 4,20 há poucos dias. Isto significa uma revalorização da moeda brasileira ao redor de quase 8% em curto espaço de tempo.

Diante disso os preços da soja no mercado brasileiro cederam, pois a leve alta em Chicago não foi suficiente para contrabalançar o movimento cambial. Assim, o balcão gaúcho recuou para a média de R$ 81,67/saco nesta primeira semana de outubro, enquanto os lotes ficaram entre R$ 86,00 e R$ 88,00. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 73,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 88,00/saco no norte do Paraná e na região catarinense de Campos Novos, passando por R$ 83,00 em São Gabriel (MS); R$ 84,00 em Goiatuba (GO); R$ 78,00 em Uruçuí (PI); e R$ 77,00/saco em Pedro Afonso (TO).

Até o dia 28/09 o plantio da nova safra brasileira de soja chegava a 5% da área esperada, contra 2% na média histórica para esta época. O Paraná havia semeado 21%, contra 8% na média histórica, enquanto Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ficavam com 5% cada um, contra 2% na média histórica (cf. Safras & Mercado).

A projeção de produção para a nova safra chega a 121 milhões de toneladas no Brasil,  com 32,1 milhões no Mato Grosso; 19,6 milhões no Paraná; 18,1 milhões no Rio Grande do Sul; e 12,2 milhões de toneladas em Goiás (cf. Safras & Mercado). Nota-se que estes quatro Estados deverão produzir cerca de 68% da safra nacional da oleaginosa.
 

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.