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Cotações do milho recuaram

No Mercosul, a tonelada FOB de milho fechou a semana em US$ 174,00 na Argentina e em US$ 175,00 no Paraguai


As cotações do milho em Chicago, após ficarem praticamente estáveis durante a semana, registraram recuo na quinta-feira (14), fechando em US$ 3,63/bushel, contra US$ 3,76 uma semana antes.

O clima continua favorecendo o desenvolvimento do cereal nos EUA, enquanto o plantio está praticamente encerrado. As condições das lavouras semeadas, até o dia 10/06, apresentavam 78% entre boas a excelentes, 21% regulares e apenas 3% entre ruins a muito ruins.

Ao mesmo tempo, o relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12/06, não trouxe grandes novidades. O mesmo manteve a projeção de colheita nos EUA em 356,6 milhões de toneladas e estoques finais em 40,1 milhões (contra 42,7 milhões em maio). Para a colheita mundial, o volume projetado foi reduzido um pouco, ficando em 1,052 bilhão de toneladas, enquanto os estoques finais ficariam em 154,7 milhões, contra 159,2 milhões indicados em maio. A produção final brasileira está projetada em 96 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina ficaria em 41 milhões.

Ajudou a pressionar as cotações a fraca exportação da semana anterior, a qual ficou em 838.000 toneladas. Em contrapartida, a firmeza do trigo em Chicago dá alguma sustentação ao milho, impedindo que o mesmo recue de forma significativa.

No Mercosul, a tonelada FOB de milho fechou a semana em US$ 174,00 na Argentina e em US$ 175,00 no Paraguai.

Já no Brasil, os preços do cereal continuaram firmes. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 36,51/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 41,50 e R$ 42,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 23,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 42,00/saco em Videira, Chapecó e Concórdia (SC).

As exportações, que já estavam fracas mesmo com o Real fortemente desvalorizado, nesta semana diminuíram ainda mais diante da revalorização da moeda brasileira. Assim, apesar de haver 370.000 toneladas nomeadas para o mês de junho, os embarques até o final da primeira quinzena ficaram em apenas 140.000 toneladas, preocupando o mercado.

Com a quebra se confirmando na safrinha, a pressão altista sobre o mercado nacional deverá se estender até o final do ano, após uma momentânea estabilização durante a colheita da mesma. Em o câmbio continuando nos atuais níveis, haverá disputa pelo milho nacional entre os exportadores e os consumidores internos.

Segundo analistas, um risco a ser considerado é de que a BM&F não precifique a quebra da safrinha, fato que estimularia as exportações e o desabastecimento interno, gerando dificuldades na virada de ano (cf. Safras & Mercado).

Por enquanto, as exportações encontram dificuldades em avançar igualmente devido a indefinição quanto a tabela de fretes no Brasil, a qual demora para ser definida e, possivelmente, encontrará dificuldades para ser cumprida, qualquer que seja ela. Neste contexto os preços no porto de Santos cederam para R$ 40,00/saco, enquanto em Paranaguá os mesmos ficaram em R$ 39,70/saco.

A partir do final de junho a colheita da safrinha começa a ganhar intensidade e o mercado poderá definir um novo caminho. Por enquanto, os consumidores em geral não encontram dificuldades para a composição de estoques, especialmente no Sudeste do país.

Dito isso, a comercialização da safrinha de 2018, até o início de junho, apresentava 42% do volume esperado já negociado, contra 31% no ano anterior nesta época. O volume final da mesma continua sendo projetado em 48,8 milhões de toneladas, contra 67,4 milhões no ano anterior (cf. Safras & Mercado).
 

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