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Cotações do milho subiram levemente durante esta semana

Houve desvalorização das moedas dos países emergentes


As cotações do milho subiram levemente durante esta semana, com o fechamento desta quinta-feira (13), para o primeiro mês cotado, registrando US$ 3,75/bushel, contra US$ 3,72 uma semana antes.

No início da semana o mercado atuou bastante “nervoso” diante da prisão de uma executiva da empresa chinesa Huawei, por suposta violação das sanções sobre o Irã. Tal prisão, ocorrida no Canadá a pedido dos EUA, poderia colocar em risco o início da trégua comercial entre este país e a China. Todavia, na evolução da semana tal fato foi naturalmente absorvido pelo mercado, sem maiores traumas.

Houve desvalorização das moedas dos países emergentes, inclusive o Real brasileiro, fato que deu mais competitividade aos produtos oriundos destes países. O que equilibrou o mercado neste contexto foram vendas de milho estadunidense para o México, fato que impediu o mercado de recuar.

Ajudou igualmente as incertezas quanto ao clima na América do Sul, onde começam a surgir bolsões de dificuldades para a safra de verão, inclusive o milho. Embora ainda cedo, o mercado já começa a se preocupar a respeito.

Somou-se a isso o anúncio do relatório de oferta e demanda do USDA no dia 11/12, o último do ano. O mesmo trouxe poucas novidades, porém, elevou um pouco os estoques finais estadunidenses, para 2018/19, passando os mesmos para 45,2 milhões de toneladas após 44,1 milhões em novembro. Ao mesmo tempo, se a produção final dos EUA, recentemente colhida, permaneceu em 371,5 milhões de toneladas, a produção mundial de milho foi aumentada para 1,1 bilhão de toneladas, com estoques finais atingindo a 308,8 milhões de toneladas. A produção brasileira foi mantida em 94,5 milhões de toneladas e a da Argentina em 42,5 milhões. As exportações brasileiras de milho, para 2018/19, estão projetadas em 29 milhões de toneladas.

Estes números foram considerados neutros pelo mercado, porém, com um pequeno viés de baixa. Todavia, a preocupação com o clima na América do Sul pesou mais no final da semana, fato que manteve os preços aquecidos. Há preocupações climáticas nos Estados brasileiros do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, assim como no Paraguai e parte da Argentina.

Para as próximas semanas, as negociações dos EUA com a China e o clima na América do Sul deverão dominar o interesse do mercado mundial do milho.

Neste sentido, na Argentina, a tonelada FOB de milho fechou a semana na média de US$ 171,00, acusando nova elevação, enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 115,00.

Já no Brasil, o balcão gaúcho registrou a média semanal de R$ 34,11/saco, contra R$ 34,51 na semana anterior. Nos lotes, o valor no mercado gaúcho permaneceu entre R$ 37,00 e R$ 38,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 20,00/saco em Sorriso, Campo Novo do Parecis e Sapezal (MT) e R$ 37,00/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos, assim como nas região mineira de Itahandu. 

A fixação de preços no interior paulista continuou fraca, dando suporte aos preços locais. Os principais consumidores de São Paulo têm encontrado dificuldades para comprar lotes mais importantes de milho junto às regiões produtoras. Com isso, a Sorocabana paulista trabalhou com valores ao redor de R$ 35,50 a R$ 36,00/saco, enquanto o referencial Campinas voltou a bater em R$ 40,00/saco CIF.

No geral, os produtores paulistas continuam retendo milho, forçando os consumidores que não possuem estoques a buscarem alternativas de abastecimento para a segunda quinzena de dezembro. A entrada, mais uma vez, de triguilho oriundo da fraca safra brasileira de trigo, especialmente em termos de qualidade, ajuda a segurar os preços do milho internamente.

Pensando no mercado a partir de janeiro e fevereiro, a tendência é de dificuldades em escoar o milho já que o mercado tende a dar preferência à soja. Sem falar que a tabela de fretes ainda vem causando dúvidas e problemas no setor de transporte, tendo havido princípio de greve dos caminhoneiros, novamente, neste início de dezembro no sudeste brasileiro.

Em paralelo, as exportações brasileiras de milho, nos primeiros cinco dias úteis de dezembro, somaram 1,2 milhão de toneladas, com um preço médio de US$ 203,50/tonelada.

Dito isso, no curto prazo existe premência de tempo quanto a formação de estoques do cereal para o final do ano já que, a partir do dia 20/12, o mercado praticamente para diante das festas natalinas e de Ano Novo.

Segundo analistas, a logística, os estoques já mais baixos, os embarques programados para janeiro, e consumidores acomodados com o perfil do mercado interno tendem a dar suporte aos preços a partir de janeiro. Nos últimos quatro anos, março tem ficado com preços mais elevados para o milho e parece que 2019 não será diferente. (cf. Safras & Mercado) No meio disso tudo ainda está o clima na América do Sul.

Por fim, até o início desta semana de dezembro a safrinha brasileira de milho havia sido comercializada em 82%, contra 69% em igual momento do ano passado. Ou seja, já há pouca safrinha disponível, ao mesmo tempo em que a produção deste ano foi bem menor do que a do ano passado.


 

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