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Cotações do trigo em Chicago igualmente recuaram

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 190,00 e US$ 240,00 na compra


As cotações do trigo em Chicago igualmente recuaram durante a semana, fechando a quinta-feira (19) em US$ 4,76/bushel, contra US$ 4,81 uma semana antes. 

Quatro motivos derrubaram as cotações nesta semana: a elevação dos estoques mundiais, indicada no relatório do USDA do dia 10/04; a maior concorrência do trigo russo, graças a uma desvalorização do rublo; previsões de chuvas nas áreas semeadas com trigo nas Planícies do sul dos EUA; e a melhoria nas condições das lavouras semeadas naquele país.

Todavia, no final da corrente semana indicativos de que o plantio do trigo de primavera estaria atrasado nos EUA e novos temores de que o clima, em geral, cause estragos nas lavouras deste país acabaram recuperando um pouco as cotações em Chicago.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 190,00 e US$ 240,00 na compra.

E no Brasil, os preços se mantiveram estáveis, porém, ainda com viés de alta. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 35,07/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 42,00/saco. No Paraná, o balcão registrou valores entre R$ 35,00 e R$ 39,00/saco, dependendo da região do Estado, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 48,60 e R$ 49,20/saco. Já em Santa Catarina o balcão fechou a semana entre R$ 33,00 e R$ 35,00/saco, enquanto os lotes permaneceram na média de R$ 42,60/saco na região de Campos Novos (cf. Safras & Mercado).

O ritmo geral de comercialização é lento, confirmando o quadro que sempre ocorre nesta época do ano, na medida em que a logística está voltada para a colheita de verão. Afora isso, os moinhos continuam abastecidos, porém, já começa a se perceber preocupações quanto ao abastecimento do cereal nos próximos meses, pois a nova colheita só entra no mercado em setembro. Além disso, há fortes possibilidades de redução expressiva na área semeada, dado o quadro da safra passada e os ainda preços ruins praticados pelo mercado, diante de custos de produção em elevação.

Por outro lado, o viés de alta permanecerá enquanto o câmbio continuar ao redor de R$ 3,40, fato que encarece o trigo importado, especialmente o procedente da Argentina, país que responde hoje por 92% das importações de trigo feitas pelo Brasil nesta temporada.

Soma-se a isso a já conhecida falta de produto nacional de qualidade devido a grande frustração da safra passada e o quadro de pressão altista sobre os preços se mantém. Todavia, o mesmo dependerá da evolução do câmbio no país, já que a Argentina possui muito trigo disponível além de indicar novo aumento de área a ser semeada neste plantio de inverno.

Enfim, quem possui trigo para vender está segurando o produto visando novos aumentos de preços. Esta queda de braço durará enquanto as importações, devido a desvalorização do Real, indicar valores mais caros do que os praticados no mercado brasileiro.
 

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