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Cotações do trigo em Chicago se mantiveram muito próximas dos US$ 5,00/bushel

No Mercosul, a tonelada de trigo FOB para exportação passou para valores entre US$ 190,00 e US$ 200,00



As cotações do trigo em Chicago se mantiveram muito próximas dos US$ 5,00/bushel durante boa parte desta semana, porém, no fechando do dia 15/03 (quinta-feira) houve recuo, com o primeiro mês cotado (agora o mês de maio) ficando em US$ 4,78/bushel, após US$ 4,94 uma semana antes.

Chicago acabou assistindo a um movimento de correção técnica que impediu o bushel de voltar a superar os US$ 5,00. Ao mesmo tempo, analistas estadunidenses consideram que a forte alta ocorrida nas últimas semanas vem tirando competitividade do trigo estadunidense, pois os compradores estariam dando preferência ao trigo russo, neste momento mais barato.

Dito isso, o clima seco e ruim nas Planícies dos EUA mantém pressão altista sobre o mercado já que a tendência é de quebra na safra local, a qual irá se somar ao baixo volume colhido no ano anterior devido ao recuo na área semeada. Neste sentido, o relatório de plantio dos EUA, previsto para o dia 29/03, será importante para dar uma definição a este mercado.

No Mercosul, a tonelada de trigo FOB para exportação passou para valores entre US$ 190,00 e US$ 200,00.

Aqui no Brasil, os preços do trigo voltaram a melhorar um pouco mais, registrando, finalmente, o quadro de pouca oferta interna devido a péssima produção do inverno passado e a possível redução de área semeada neste ano. Assim, o balcão gaúcho fechou a semana em R$ 30,34/saco (no ano passado nesta época estava em R$ 28,13). Já os lotes se mantiveram em R$ 31,40/saco. No Paraná, o balcão conservou valores entre R$ 34,00 e R$ 36,00/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 40,80 e R$ 42,00/saco. Em Santa Catarina o balcão permaneceu entre R$ 32,00 e R$ 33,00/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 35,40/saco.

Como se sabe, a oferta é escassa no mercado brasileiro, no que diz respeito ao produto nacional e de boa qualidade. Quem possui trigo bom está segurando o produto e, com  isso, os preços começam a se movimentar para cima, confirmando a tendência. Por outro lado, o Paraguai igualmente sofreu com as intempéries sobre o trigo, deixando o abastecimento externo ao Brasil praticamente nas mãos da Argentina, a qual obteve excelente produção. Neste sentido, com o câmbio estável no Brasil, as paridades de importação junto ao vizinho país continuam favoráveis ao trigo importado, porém, os preços na Argentina já começaram a subir.

No Paraná, enquanto o leste do Estado sofre com a concorrência do produto importado, pela proximidade do porto de Paranaguá, o oeste paranaense se vê diante da escassez de produto, já que o custo do frete torna o produto mais caro, além de o abastecimento procedente do Paraguai estar comprometido pela quebra de safra igualmente neste país. Esta realidade permite um viés de alta no momento, o qual se estabelece também no Rio Grande do Sul, onde a quebra da safra passada superou os 50%, sem falar na perda de qualidade do produto.

Dito isso, a recuperação dos preços tende a ser lenta e, talvez, não vá longe caso o câmbio permaneça nos atuais níveis no Brasil. Além disso, os preços da farinha de trigo, no mercado local, recuam devido as dificuldades de comercialização no mercado interno brasileiro (consumo ainda muito retraído).
 

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