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Cotações do trigo em Chicago subiram durante a semana

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação ficou entre US$ 180,00 e US$ 220,00



As cotações do trigo em Chicago subiram durante a semana e o bushel fechou a quinta-feira (14) em US$ 4,28, contra US$ 4,13 uma semana antes.

O relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado em 12/09, não trouxe grandes surpresas ao trigo. A produção dos EUA, em 2017/18, permaneceu em 47,3 milhões de toneladas e os estoques finais em 25,4 milhões. O patamar de preços médios, todavia, sofreu redução, ficando agora entre US$ 4,30 e US$ 4,90/bushel para o corrente ano comercial, contra US$ 3,89 na média de 2016/17 e US$ 4,89/bushel na média de 2015/16. Em termos mundiais, a produção total está agora estimada em 744,8 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais ficam em 263,1 milhões de toneladas, com leve recuo sobre o apresentado no relatório de agosto. A produção da Argentina seria de 17,5 milhões de toneladas, com exportações de 11,5 milhões, enquanto a produção do Brasil é estimada em 5,2 milhões de toneladas, enquanto as importações somariam 7,2 milhões de toneladas em 2017/18.

O clima seco em parte das regiões produtoras dos EUA tem pesado mais sobre o mercado do que a pressão do início da colheita naquele país. Ao mesmo tempo, mesmo sem exportações expressivas, a competitividade do produto estadunidense se mantém elevada, graças a uma desvalorização do dólar, fato que sustenta igualmente as cotações. Enfim, ajudou parcialmente o pequeno corte nos estoques mundiais de trigo indicados pelo relatório do USDA, corte este que acabou ficando acima do esperado pelo mercado.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação ficou entre US$ 180,00 e US$ 220,00.

Já no Brasil, os preços continuam baixando lentamente, sob pressão da colheita já em desenvolvimento no Paraná. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 30,64/saco, enquanto os lotes se mantiveram na média de R$ 34,80/saco. No Paraná, o balcão oscilou entre R$ 33,50 e R$ 35,00/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 35,40 e R$ 37,20/saco. Em Santa Catarina, o balcão se manteve entre R$ 33,00 e R$ 36,00/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 36,00/saco.

Mesmo com uma safra registrando perdas importantes, especialmente em qualidade, os preços estão cedendo pelo volume que começa a entrar no mercado. O Paraná, até o início desta semana, havia colhido 33% de sua área. Todavia, as lavouras a serem colhidas sofrem fortemente com a seca naquele Estado (algo não muito diferente no Rio Grande do Sul, embora neste caso a colheita seja para o final de outubro e novembro). No Paraná, 47% das lavouras a serem colhidas estão em boas condições, 34% regulares e 19% já se encontram em condições ruins. 

De forma geral, a safra brasileira se confirma menor devido aos problemas climáticos nos três estados do sul. Segundo Safras & Mercado, a produção final poderá ser de 5,6 milhões de toneladas, com este número podendo ser revisto para baixo nas próximas semanas, sem considerar a perda de qualidade do grão. No ano anterior a colheita foi de 6,7 milhões de toneladas.

Neste contexto, se a quebra de safra permite esperar preços melhores, é bom lembrar que tal melhoria virá apenas para o produto superior, já que o escoamento de trigo para ração, neste ano, será mais difícil em razão da grande oferta de milho. Por outro lado, diante de um Real que se mantém valorizado (na faixa de R$ 3,05 a R$ 3,10 em boa parte desta semana), o produto importado, especialmente da Argentina, continua muito competitivo e segura qualquer possibilidade de aumentos consistentes nos preços internos. Lembrando que a colheita no vizinho país se dará especialmente em janeiro próximo.
 
 

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