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Cotações do trigo em Chicago subiram fortemente

Patamar de preços médios aos produtores estadunidenses ficou entre US$ 3,90 e US$ 4,70/bushel para 2017/18


As cotações do trigo em Chicago, após recuarem para US$ 4,34 durante a semana, subiram fortemente e fecharam a quinta-feira (15) em US$ 4,53/bushel, valor que não era visto desde o dia 24/06/2016 (praticamente um ano) para o primeiro mês cotado.

Também aqui o relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 09/06, pouco trouxe de novidades. A produção dos EUA foi aumentada um pouco, passando agora a 49,6 milhões de toneladas para este novo ano comercial 2017/18, enquanto os estoques finais sobem para 24,1 milhões. Mesmo assim, o patamar de preços médios aos produtores estadunidenses subiu um pouco, ficando entre US$ 3,90 e US$ 4,70/bushel para 2017/18, contra US$ 3,90 na estimativa para 2016/17 e US$ 4,89/bushel em 2015/16.

No que diz respeito ao mercado mundial de trigo o relatório apontou um volume global de 739,5 milhões de toneladas para 2017/18, com aumento de pouco menos de dois milhões de toneladas sobre o indicado em maio, enquanto os estoques finais mundiais subiram para 261,2 milhões de toneladas, após 258,3 milhões em maio. A futura safra brasileira está projetada em 5,6 milhões e a da Argentina em 17,5 milhões de toneladas. O vizinho país deverá exportar 11,5 milhões de toneladas de trigo em 2017/18.

No início da semana o mercado foi pressionado pela elevação das projeções para as safras e estoques mundiais e dos Estados Unidos depois do anúncio do relatório do USDA.

Todavia, tal pressão não prosseguiu e o mercado voltou a subir, sustentado pela previsão de clima seco em regiões produtoras dos EUA, o que pode prejudicar o trigo de primavera naquele país. Além disso, se espera o relatório de plantio defintivo previsto para o dia 30/06.

Tanto é verdade que até o dia 11/06 apenas 45% das lavouras do trigo de primavera se mostravam entre boas a excelentes, contra 55% na semana anterior e 53% esperados pelo mercado. Já as lavouras em condições regulares chegavam a 35% e as ruins e muito ruins a 20%, contra 11% na semana anterior. 

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 175,00 e US$ 190,00.

No Brasil, o preço interno se manteve um pouco mais firme, com o balcão gaúcho fechando a semana em R$ 30,57/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 34,80 e R$ 37,20/saco. No Paraná, o balcão oscilou entre R$ 31,50 e R$ 34,00/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 38,40 e R$ 39,60/saco. Em Santa Catarina os valores de balcão giraram entre R$ 32,00 e R$ 36,00/saco.

O clima continua sendo o elemento central no sul do Brasil e na Argentina. Enquanto no vizinho país a semeadura do cereal atingiu a 22% da área esperada no início da presente semana, no Paraná o plantio bateu em 75% e no Rio Grande do Sul em apenas 8%. Na Argentina e no Paraná o plantio está dentro da normalidade, enquanto no Rio Grande do Sul o atraso é imenso, pois até o início desta semana a semeadura do trigo deveria ter chegado a 35% pela média histórica ou, pelo menos, a 24% em condições semelhantes de clima às atuais, fato ocorrido dois anos atrás. Ainda no Paraná, das lavouras semeadas, 98% estavam em condições entre boas a excelentes. Vale destacar que a melhoria do clima, nesta semana de feriado de Corpus Christi no Brasil, deu um maior impulso ao plantio gaúcho (cf. Safras & Mercado).

Por sua vez, a SECEX apontou que em maio o Brasil importou pouco mais de 500.000 toneladas e exportou pouco mais de 20.000 toneladas. As compras externas voltaram à média histórica, sendo a Argentina o maior fornecedor com cerca de 62% do total, seguida pelos EUA com 19,8% e o Paraguai com 10,4% no atual ano comercial.

Esperava-se que, diante de um câmbio acima de R$ 3,30 o trigo nacional pudesse ter maior sustentabilidade em termos de preço, porém, esse câmbio não se sustentou, ficando muito volátil nas últimas semanas. Mesmo assim, a possibilidade de preços mais elevados nos próximos dois meses continua, pois a oferta interna diminuiu mais um pouco, com o Paraná já tendo vendido 95% de sua última safra e o Rio Grande do Sul 90% (cf. Safras & Mercado).
 

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