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Média das cotações de trigo no mês de setembro ficou em US$ 4,36/bushel

Mercado parece não se entusiasmar com as boas exportações dos EUA



As cotações do trigo em Chicago recuaram nesta semana, fechando a quinta-feira (05) em US$ 4,40/bushel, após US$ 4,55 na semana anterior. A média de setembro ficou em US$ 4,36/bushel, contra US$ 4,29 em agosto.

O mercado parece não se entusiasmar com as boas exportações dos EUA, após ter chegado, na semana passada, aos melhores preços em seis semanas.

Por sua vez, o relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, apresentou números altistas, porém, o mercado os ignorou, por enquanto. Isso porque o mercado esperava um volume ainda menor. O mesmo indicou estoques totais em 11% para o trigo naquela data, em relação ao mesmo período de 2016.  

Paralelamente, o plantio do trigo de inverno está lento nos EUA, sendo que até o dia 1º de outubro o mesmo atingia a 36% da área, contra 43% na média histórica para o período. Além disso, há notícias de clima seco na região do Mar Negro, fato que pode atingir as lavouras de trigo da Rússia, Ucrânia e Cazaquistão.

No Mercosul, a tonelada de trigo para exportação viu seus preços médios recuar nesta semana, com os mesmos girando entre US$ 180,00 e US$ 190,00.

Já no mercado brasileiro, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 30,38/saco, enquanto os lotes caíram para R$ 33,60/saco. Nas demais praças nacionais os lotes atingiram valores entre R$ 34,80 e R$ 36,00/saco no Paraná, com o balcão pagando a média de R$ 33,50 a R$ 35,00/saco. Em Santa Catarina, os lotes registraram R$ 34,80/saco, enquanto o balcão ficou entre R$ 33,00 e R$ 36,00/saco.

A colheita no Paraná chegou a 71% da área neste início de outubro, enquanto a condição das lavouras melhorou levemente, com 22% estando em situação ruim, contra 26% na semana anterior. Neste Estado, 23% da safra de trigo já estaria comercializada até o final de setembro.

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, o retorno das chuvas melhoraram um pouco o aspecto das lavouras, porém, o temporal que atingiu o Estado no primeiro dia de outubro provocou estragos em muitas regiões produtoras, inclusive com chuva de granizo. Ou seja, mesmo com a leve melhora pontual, a cada semana que passa a projeção de perdas tende a crescer no Estado gaúcho.

Quanto aos preços, o viés baixista continua no país, sendo que os mesmos recuaram quase 10% em relação ao início de setembro no Paraná e cerca de 7% no Rio Grande do Sul. Neste último, a colheita deverá se iniciar nestes próximos dias de outubro.

Dito isso, o câmbio continua não colaborando igualmente com os preços do trigo já que torna a importação competitiva. Sem uma desvalorização do Real será difícil o trigo nacional se valorizar, salvo o raro produto de qualidade que se apresentar no mercado.

Enfim, segundo Safras & Mercado, a produção brasileira de trigo deverá chegar a 5,58 milhões de toneladas neste ano, recuando 17% em relação ao ano anterior. No Paraná, a mesma ficará em 2,85 milhões, com recuo de 16%, enquanto no Rio Grande do Sul espera-se um volume de 1,92 milhão de toneladas, ou seja, 23% a menos do que o registrado no ano anterior. Neste contexto, o Brasil deverá importar 6,5 milhões de toneladas de trigo em 2017/18.


 

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