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Oscilação nas cotações do trigo

Cotações do trigo em Chicago oscilaram bastante durante a semana e acabaram fechando a mesma em baixa


As cotações do trigo em Chicago oscilaram bastante durante a semana e acabaram fechando a mesma em baixa. Assim, o fechamento do primeiro mês cotado em Chicago, no dia 14/11 (quinta-feira), ficou em US$ 5,07/bushel, contra US$ 5,12 uma semana antes.

O relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado em 08/11, não trouxe grandes novidades para o cereal. A produção dos EUA foi reduzida em um milhão de toneladas, ficando agora estimada em 52,3 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais recuaram para 27,6 milhões. Já a produção mundial de trigo foi mantida em 765,6 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais foram aumentados para 288,3 milhões de toneladas. A produção da Argentina foi mantida em 20 milhões de toneladas, a da Austrália foi reduzida para 17,2 milhões, a do Canadá mantida em 33 milhões, a da Rússia aumentada para 74 milhões de toneladas, e a da Ucrânia fixada em 29 milhões de toneladas, enquanto a do conjunto da união Europeia foi elevada para 153 milhões de toneladas. O Brasil, por sua vez, deverá produzir 5,3 milhões, tendo que importar cerca de 7,7 milhões de toneladas. 

Por outro lado, o plantio do trigo de inverno, nos EUA, atingia, até o dia 10/11, um total de 92% da área esperada, ficando exatamente dentro da média histórica.

Por sua vez, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, na semana encerrada em 31/10, atingiram a 360.600 toneladas, o que significa um recuo de 14% frente à média das quatro semanas anteriores. Tal volume ficou um pouco acima do limite mínimo esperado pelo mercado. Já as inspeções de exportação somaram 528.875 toneladas na semana encerrada no dia 07/11. O volume ficou acima do esperado pelo mercado. No acumulado do ano comercial 2019/20, iniciado em 1º de junho, o total chega a 11,5 milhões de toneladas, contra 9,3 milhões em igual momento do ano anterior.

No Mercosul, a tonelada FOB de trigo para exportação registrou valores entre US$ 180,00 e US$ 230,00, enquanto a safra nova argentina permaneceu em US$ 180,00, ambos na compra.

E no Brasil, os preços do trigo melhoraram durante esta semana. A média gaúcha subiu para R$ 38,25/saco, enquanto os lotes seguiram em R$ 42,00/saco. No Paraná, o balcão subiu para R$ 46,00/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 52,80 e R$ 54,00/saco. Em Santa Catarina, o balcão ficou entre R$ 42,00 e R$ 43,00/saco, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, registraram R$ 47,40/saco.

A colheita avança no Rio Grande do Sul, com a mesma chegando ao redor de 75% da área, apesar de novas chuvas na segunda metade desta semana. Entretanto, devido ao excesso de chuvas, granizo e temporais, a qualidade da mesma está parcialmente comprometida, não sendo ainda possível avaliar totalmente a extensão dos estragos. Por outro lado, o Paraná já teria 95% de sua área colhida. Também aqui houve estragos importantes devido à geadas em julho/agosto.

Analistas privados avançam uma produção semelhante a do ano anterior, ou seja, ao redor de 5,5 milhões de toneladas. Entretanto, setores externos e entidades dos produtores chegam a avançar um total nacional de 5,3 milhões nesta safra. O Rio Grande do Sul colheria 1,98 milhão de toneladas e o Paraná 2,75 milhões. Mas ainda não são números definitivos. Além disso, parte desta produção apresenta qualidade inferior. Neste contexto, o Brasil deverá importar, pelo menos, 6,5 milhões de toneladas do cereal em 2019/20 (o USDA projeta 7,7 milhões na importação brasileira).

Dito isso, o mercado vem pesando a evolução do câmbio no Brasil. Com a forte desvalorização do Real nesta semana, as importações voltaram a ficar mais caras. A soma deste fator com a constatação de perdas na produção nacional começa a influir nos preços, mesmo em momento de colheita, a qual avança para o seu final. Ou seja, nota-se que já há espaço para recuperação dos preços internos do trigo diante destes fatores citados.

Enfim, a produção total do Mercosul, apesar dos percalços climáticos, deverá bater recorde histórico, chegando a 27,34 milhões de toneladas, contra 26,8 milhões no ano anterior.Deste total, o bloco irá exportar 14,87 milhões de toneladas, sendo que boa parte será intra-bloco, com o Brasil se constituindo no grande comprador.
 

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