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Recuo nas cotações de milho

No Brasil, os preços médios se mantiveram relativamente estáveis, com variações pontuais, ainda se mantendo em níveis importantes


As cotações do milho, em Chicago, recuaram no final da presente semana, rompendo novamente o piso dos US$ 8,00/bushel. O fechamento desta quinta-feira (19), para o primeiro mês cotado, ficou em US$ 7,83/bushel, contra US$ 8,13 uma semana antes. O clima nos EUA continua preocupando o mercado na medida em que, até o dia 15/05, o plantio do cereal chegava a 49% da área esperada, contra 78% na safra passada, nesta época, e 67% na média histórica. Até a citada data, 14% das lavouras haviam emergido, contra 32% na média histórica. Além disso, a continuidade da guerra no Leste Europeu continua a causar apreensões quanto a oferta do cereal.

Aqui no Brasil, os preços médios se mantiveram relativamente estáveis, com variações pontuais, ainda se mantendo em níveis importantes. A preocupação com a frente fria, trazida pelo ciclone que chegou nesta semana no litoral sulbrasileiro, acabou se dissipando, pois o frio, salvo em regiões muito específicas, não trouxe as geadas previstas.

Assim, a média gaúcha, no balcão, fechou a semana em R$ 85,23/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preços oscilaram entre R$ 74,00 e R$ 88,00/saco. Já na B3, o pregão da quarta-feira (18) encerrou com o contrato julho recuando para R$ 93,60/saco, enquanto setembro ficou em R$ 96,15. As previsões mais amenas em relação a possibilidade de geadas sobre as lavouras da safrinha, no centro-sul do país, afrouxaram a tensão altista junto às cotações. Havia receio de que as geadas, se ocorressem, levariam a uma perda de 5 milhões de toneladas na região.

Em contrapartida, continua havendo preocupação quanto a falta de chuvas em determinadas regiões do Sudeste e Centro-Oeste. Os produtores paulistas se encontram particularmente em tal situação, embora as projeções ainda apontem uma colheita total de milho ao redor de 4 milhões de toneladas, ou seja, 23,1% acima do obtido no ano anterior (1,9 milhão na safra de verão e 2,1 milhões na safrinha). Dito isso, a produção de milho, na safrinha brasileira 2021/22, deverá atingir a 87,6 milhões de toneladas, já registrando um recuo de 4,6 milhões em relação as previsões iniciais. Com isso, a produção total de milho no país, no atual ano comercial, ficaria em 113 milhões de toneladas, já que a safra de verão foi revista para cima, tendo ficado em 25,4 milhões de toneladas. 

Por sua vez, a Aprosoja do Mato Grosso anuncia que a safrinha de milho daquele Estado deverá registrar uma perda de 4 milhões de toneladas neste ano, pois a estiagem prolongada já afetou mais de 10% da produção inicialmente prevista. Algumas lavouras estão até 50 dias sem chuva significativa ou com um volume abaixo de 10 mm.

Enfim, no Rio Grande do Sul, a Fecoagro divulgou estudos informando que a safra 2022/23 de milho terá um recuo de 50,2% na rentabilidade, devido ao forte aumento nos custos de produção, mesmo que os preços se mantenham nos atuais níveis. Para cobrir todos os custos de produção da lavoura de milho, o produtor gaúcho terá que produzir 55,8% a mais do que na safra anterior. Ou seja, precisará colher 117,3 sacos/hectare. Somente os custos variáveis exigiriam uma produtividade mínima de 88,6 sacos/hectare. Apenas o gasto com fertilizantes, entre fevereiro e março do corrente ano, subiu 30,6%, e nos últimos 12 meses 91,5%.

As informações são do relatório da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA.

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