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Trigo: mercado voltou a ceder em Chicago

Cotações do trigo em Chicago pouco oscilaram durante a semana


As cotações do trigo em Chicago pouco oscilaram durante a semana, fechando a quinta-feira (15) em US$ 5,05/bushel, contra US$ 5,07 uma semana antes, embora no dia 12/11 as mesmas tenham alcançado US$ 5,19/bushel.

A alta se deu em função de que operadores realizaram um movimento de compra, apoiados na expectativa de aumento nas exportações de trigo estadunidense e no clima ruim que vem ocorrendo sobre as lavouras de trigo da Argentina.

No entanto, o movimento de alta não durou muito e o mercado voltou a ceder, puxado pelo fraco desempenho das inspeções de exportação, frustrando as expectativas do mercado. As mesmas ficaram em 342.157 toneladas na semana encerrada em 08/11, com o mercado esperando um volume superior a este. No total acumulado do atual ano comercial do trigo, iniciado em 1º de junho nos EUA, o volume soma 9,3 milhões de toneladas.

Ao mesmo tempo, teria havido melhora surpreendente nas lavouras de trigo de inverno dos EUA, com o USDA indicando que, até o dia 11/11, 54% das mesmas estavam entre boas a excelentes, 34% regulares e 12% entre ruins a muito ruins (contra 14% na semana anterior).

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação permaneceu entre US$ 215,00 e US$ 220,00 na compra, enquanto a safra nova se manteve em US$ 210,00, igualmente na compra.

Já no Brasil, os preços continuaram com viés de alta, particularmente para o produto de qualidade superior, que se mostra raro nesta atual colheita tritícola. A média do balcão gaúcho fechou a semana em R$ 37,91/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 45,00/saco. No Paraná, o balcão se manteve entre R$ 42,00 e R$ 43,00/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 51,60 e R$ 52,20/saco. Em Santa Catarina, o balcão ficou entre R$ 38,00 e R$ 43,00/saco, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, giraram ao redor de R$ 48,30/saco. 

Segundo a Emater/RS as lavouras gaúchas estão bastante prejudicadas pelo clima em muitos locais do Rio Grande do Sul, além da existência de doenças fúngicas. A colheita teria chegado perto de 80% da área, embora o clima chuvoso, com novos temporais de granizo em algumas localidades, durante a semana. Já no Paraná, a colheita avançou para 95%, com as perdas em volume e qualidade sendo ainda maiores. Estimativas preliminares dão conta de que apenas 30% do colhido estaria em condições adequadas, além de uma quebra expressiva no volume, diante do esperado.

Por sua vez, na Argentina a colheita teria atingido a 11% da área semeada, enquanto em Minas Gerais não haveria mais trigo disponível, com as cotações sendo apenas nominais no momento. Enfim, em São Paulo, há indicação de quebra de até 30% na colheita de trigo devido aos mesmos problemas climáticos que atingiram o Paraná.

Assim, os preços voltam a subir para o produto de qualidade superior, como indicou-se nas semanas passadas.

Neste contexto geral nacional, a necessidade de importações será maior, como o já aqui destacado em vezes anteriores. Ora, com a nova desvalorização do Real nesta semana, os preços de importação voltam a ficar mais elevados, ajudando a aumentar os preços internos. Muitas indústrias brasileiras estão antecipando as entregas de importação para janeiro, quando normalmente as mesmas ocorrem em março.

Assim, teremos muito triguilho, que irá disputar espaço com o milho nas rações animais, pressionando para baixo o preço deste cereal, e pouco trigo de qualidade superior, cujo preço interno ficará na dependência do valor que será internalizado o trigo importado, especialmente da Argentina, o qual depende em muito do comportamento cambial no Brasil.

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