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Chicago: cotações da soja estáveis

De fato, até o dia 19/08 as condições das lavouras de soja nos EUA se apresentavam com 54% entre boas a excelentes


As cotações da soja em Chicago, nesta semana, se estabilizaram, porém, com um pequeno viés de baixa se considerarmos a média do primeiro mês cotado. O fechamento desta quinta-feira (22) ficou em US$ 8,56/bushel, contra US$ 8,58 uma semana antes.

Enquanto o clima continua positivo no Meio Oeste estadunidense, em um momento em que as lavouras se encontram em estágio decisivo de desenvolvimento, as avaliações sobre as condições das lavouras mostram que piorou um pouco o quadro. Isso está sendo, por enquanto, confirmado pelas primeiras estimativas feitas pelo Crop Tour que está sendo realizado pela Pro Farmer. Mas, até o momento, não há novas estimativas de produção e produtividade, afora as divulgadas pelo relatório de oferta e demanda do USDA no dia 12/08.

De fato, até o dia 19/08 as condições das lavouras de soja nos EUA se apresentavam com 54% entre boas a excelentes, 33% regulares e 13% entre ruins a muito ruins. Assim, o clima positivo daqui em diante pode estancar as perdas de qualidade, porém, talvez não seja possível recuperar o percentual de lavouras entre boas a excelentes.

Quanto ao litígio comercial entre EUA e China, o mesmo persiste, porém, a tensão entre os dois países um pouco mais fraca nesta semana. Houve adiamento, por parte dos EUA, na aplicação da tarifa de 10% sobre alguns produtos chineses, com a mesma ficando para o dia 15 de dezembro caso, até lá, não haja acordo. Para o restante dos produtos que somariam US$ 300 bilhões está mantida a data de 1º de setembro para o início da tarifação de 10%. Além disso, o presidente dos EUA teria dito que seu país não estaria pronto para um acordo tarifário com os chineses, fato que não ajudou ao mercado.

Por outro lado, as exportações líquidas de soja por parte dos EUA, para o ano 2018/19, iniciado em 1º de outubro, atingiram a 109.900 toneladas na semana encerrada em 8 de agosto. Isso representa um forte recuo em relação à média das quatro semanas anteriores. Já para o ano 2019/20 o volume atingiu a 817.400 toneladas, fato que permitiu a soma dos dois anos superar o esperado pelo mercado. A China cancelou compra de 422.700 toneladas de soja em grão dos EUA para o ano 2018/19.

Enquanto isso, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) registrou um esmagamento de 4,57 milhões de toneladas de soja em julho, superando largamento o mês de julho e o esperado pelo mercado, fato que ajudou a dar alguma sustentação às cotações.

Aqui no Brasil, com o Real permanecendo acima dos R$ 4,00 por dólar, apesar das intervenções do Banco Central, o viés de alta nos preços internos da soja se manteve. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 74,32/saco (um ano antes, este preço estava em R$ 78,83/saco), enquanto os lotes se mantiveram entre R$ 81,00 e R$ 81,50/saco (um ano antes estes valores eram de R$ 84,00 a R$ 84,50). Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 81,00 no centro e norte do Paraná (R$ 84,00 um ano antes); R$ 72,00 nas regiões de Sorriso e Sapezal (MT) (mesmo valor no ano passado); R$ 73,50 em São Gabriel (MS) e Goiatuba (GO) (R$ 77,00 em São Gabriel e R$ 78,50 em Goiatuba, um ano antes); R$ 80,00 em Campos Novos (SC) (R$ 86,00 uma ano antes); R$ 74,00 em Uruçuí (PI) (R$ 76,00 um ano antes); e R$ 71,50/saco em Pedro Afonso (TO) (R$ 74,00 um ano antes).

Enfim, a sustentação dos preços se deveu igualmente a manutenção dos prêmios nos portos brasileiros entre US$ 1,30 e US$ 1,50/bushel. Um ano antes tais prêmios estavam entre US$ 1,83 e US$ 2,27/bushel, ou seja, em média entre 29% e 34% mais elevados do que os praticados atualmente.

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