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Chicago: cotações do milho subiram na semana

Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB de milho ficou em US$ 162,00 e US$ 115,00, respectivamente


As cotações do milho em Chicago aumentaram um pouco nesta semana, fechando a quinta-feira (08) em US$ 3,73/bushel, contra US$ 3,66 uma semana antes.

A expectativa com o relatório do USDA acabou sendo maior do que as novidades por ele trazidas. Houve uma redução na estimativa de produção final dos EUA, com a mesma agora batendo em 371,5 milhões de toneladas, mesmo assim um pouco superior a do ano anterior. Já para os estoques finais dos EUA o volume foi reduzido para 44,1 milhões de toneladas, contra 46,1 milhões em outubro. No que diz respeito à produção mundial, a mesma foi elevada para 1,1 bilhão de toneladas, aumentando 30 milhões em relação a outubro. Com isso, os estoques finais mundiais chegariam a 307,5 milhões de toneladas (quase o dobro do apontado em outubro). Já o patamar de preços aos produtores estadunidenses, para 2018/19, fica entre US$ 3,20 e US$ 4,00/bushel.

Na prática, o mercado esteve mais atento a possibilidade de haver acerto entre China e EUA quanto a guerra comercial travada entre os dois países do que ao relatório. Por enquanto, há pouca evolução positiva neste sentido, porém, espera-se algum resultado da reunião que deverá ocorrer neste final de semana em Buenos Aires, por ocasião do encontro do G20, grupo do qual EUA e China participam, assim como o Brasil e outros países.

Paralelamente, as exportações estadunidenses de milho continuaram ruins, atingindo apenas 394.000 toneladas do cereal na semana anterior. Os operadores começam a considerar que, em não havendo acordo entre chineses e estadunidenses, a futura área com soja nos EUA irá diminuir em favor do milho, fato que potencializaria maior oferta do cereal para o final de 2019.

Quanto a colheita nos EUA, o clima mais chuvoso e com forte queda nas temperaturas estaria atrasando a mesma. Ela chegava a 76% da área até o dia 04/11. O restante a ser colhido tenderia a enfrentar problemas climáticos mais importantes a partir de agora.

Para compensar o quadro, na América do Sul a safra de verão de milho se desenvolve bem. No Brasil o mesmo se aproxima de 65% da área esperada.

Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB de milho ficou em US$ 162,00 e US$ 115,00, respectivamente.

Enquanto isso, no Brasil, os preços recuaram mais um pouco, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 35,00/saco, contra R$ 35,61 uma semana antes. Os lotes, no mercado gaúcho, oscilaram entre R$ 37,00 e R$ 38,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 18,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 38,00/saco em Videira, Concórdia e Campos Novos (SC).

Por um lado, as exportações não decolam. O mês de outubro fechou com 3,2 milhões de toneladas de milho vendidas ao exterior, ficando abaixo das necessidades para dar conta do estoques existentes. Para novembro há contratação de navios para um total de 3 milhões de toneladas. Por outro lado, ainda há milho safrinha disponível no mercado.

Todavia, a pressão de venda de parte dos produtores da safrinha está diminuindo, fato que permite imaginar uma retomada nas altas dos preços do cereal, mesmo que de pouca intensidade e duração.

Ajudou para isso o fato de muitas tradings estarem conseguindo fechar contratos de exportação de milho para o período novembro a janeiro, fato que diminui a entrada, no mercado interno, de milho que estava de posse destas empresas exportadoras.

Cogita-se que muitos consumidores internos não tenham aproveitado as baixas de preços em outubro para melhorarem seus estoques. Se isto se confirmar, poderemos ter pressão de demanda no final do ano, com novo aumento nos preços do cereal.

Por outro lado, o mercado já está indicando preços no porto para setembro de 2019, com o porto de Santos trabalhando com valores entre R$ 35,50 e R$ 36,50/saco para aquela data (cf. Safras & Mercado).

Neste contexto, se o mesmo permanecer, poderemos ter um final de 2018 e um mês de janeiro/19 com os preços do milho estáveis, com certo viés de alta, contrariando a tendência que se desenhava em outubro, que era de um mercado em baixa.
 

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