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Cotações da soja seguem fracas

Por sua vez, realmente não houve acordo entre EUA e China em relação ao litígio comercial entre os dois países


Nesta semana mais curta em Chicago, devido ao feriado do dia 03/09 nos EUA, as cotações da soja continuaram fracas, porém, um pouco melhores do que na semana anterior. O fechamento, para o primeiro mês cotado, desta quinta-feira (06) ficou em US$ 8,26/bushel, contra US$ 8,19 uma semana antes. A média de agosto ficou em US$ 8,61, após US$ 8,50 em julho. 

Já estamos no início de setembro e as lavouras estadunidenses continuam se desenvolvendo bem. Até o dia 02/09 as mesmas apresentavam 66% entre boas a excelentes, 23% regulares e apenas 11% entre ruins a muito ruins. O mercado já começa a projetar uma safra de 130 milhões de toneladas nos EUA, superando o número do último relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado em agosto, e o número do Rali de Safra da Pro Farmer. Este número de 130 milhões veio nas projeções do analista privado FC Stone, que aumentou sua projeção de produtividade média estadunidense para 60,3 sacos/hectare.

Por sua vez, realmente não houve acordo entre EUA e China em relação ao litígio comercial entre os dois países, o qual se iniciou ainda março passado. Ao mesmo tempo, a peste suína africana continuou apresentando casos na China, preocupando o mercado, especialmente junto ao farelo e ao grão de soja.

Já as exportações líquidas de soja pelos EUA, na semana encerrada em 23/08, atingiram a 110.900 toneladas para o ano comercial 2017/18, ficando 39% abaixo da média das quatro semanas anteriores. A Holanda foi o maior importador com 155.200 toneladas. Para o ano 2018/19 o volume atingiu a 591.800 toneladas. Na soma dos dois anos, o volume ficou um pouco acima do patamar mínimo esperado pelo mercado, não ajudando para a recuperação das cotações em Chicago.

Por outro lado, as inspeções de exportação somaram 769.357 toneladas na semana encerrada em 30/08, acumulando no total do ano comercial 2017/18, encerrado exatamente no final de agosto, um volume de 56,3 milhões de toneladas, contra 57,8 milhões no ano comercial anterior.

Portanto, o cenário mundial do mercado da soja continua baixista, pois a colheita recorde estadunidense está para se iniciar, ao mesmo tempo em que a demanda continua mais fraca, impactada pelo litígio comercial entre EUA e China e, agora, também pelo surto de peste suína africana no país asiático. Apesar de o petróleo estar com preços mais firmes no mercado mundial, dando sustentação à soja e outras commodities, não será surpresa se Chicago romper o piso dos US$ 8,00/bushel até o final de setembro.

Pelo lado da demanda, a China, apesar de importar 33% de suas necessidades de soja dos EUA (agora interrompidas), informa que não deverá enfrentar escassez da oleaginosa, pois a mesma vem se abastecendo em outros mercados, além de usar seus estoques (cf. Safras & Mercado).

Neste sentido, a SECEX informou que as vendas externas de soja em grão brasileira somaram 8,13 milhões de toneladas apenas em agosto, a um preço médio de US$ 395,30/tonelada. Em comparação com a média diária de julho, houve um recuo de 23,8% no volume embarcado em agosto, com o preço recuando 1%. Já na comparação de agosto do corrente ano com agosto de 2017, houve aumento de 36,5% no volume exportado e alta de 5,2% no preço. A China, obviamente, tem sido o maior comprador da oleaginosa brasileira.

Em termos de preços nacionais, graças a um Real que continua fortemente desvalorizado, girando  entre R$ 4,12 e R$ 4,21 na semana, a soja registrou altas. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 79,11/saco, se aproximando, depois de muitos meses, novamente da casa dos R$ 80,00/saco. Já os lotes ficaram em R$ 87,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 73,50/saco em Sorriso (MT) e R$ 88,00/saco em Londrina e Maringá (PR), passando por R$ 87,00 em Campos Novos (SC), R$ 79,00 em São Gabriel (MS); R$ 80,00 em Goiatuba (GO); R$ 75,00 em Uruçuí (PI) e R$ 72,50/saco em Pedro Afonso (TO) (cf. Safras & Mercado).

Por sua vez, os prêmios nos portos brasileiros igualmente se mantiveram firmes, oscilando entre US$ 1,73 e US$ 2,22/bushel durante a semana.

Ainda em termos de exportação, no atual ano comercial 2018/19 brasileiro, iniciado em 1º de fevereiro para o complexo soja, até o dia 31/08 (sete meses), aponta que o Brasil havia exportado 63 milhões de toneladas de grãos de soja, contra 56 milhões em igual período do ano anterior. Já em farelo, o volume embarcado foi de 10,6 milhões de toneladas, contra 8,6 milhões no ano anterior, enquanto em óleo de soja as vendas externas, no período considerado, atingiram a 1,06 milhão de toneladas, contra 906.400 toneladas no ano anterior.
 

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