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Cotações do milho em Chicago acabaram recuando durante a semana

Clima continua normal no Meio Oeste estadunidense, com algumas regiões acusando uma pequena redução no regime de chuvas


As cotações do milho em Chicago acabaram recuando durante a semana, mais curta nos EUA devido ao feriado do Dia do Trabalho, o qual se comemora na primeira segunda-feira de setembro naquele país. O primeiro mês cotado fechou o dia 05/09 em US$ 3,46/bushel, contra US$ 3,59 uma semana antes. A média de agosto ficou em US$ 3,76/bushel, contra US$ 4,27 em julho e US$ 3,58/bushel em agosto de 2018.

Ajudou a dar certa sustentação ao mercado, no início da semana, o anúncio do governo estadunidense de que estaria preparando um pacote econômico para ajudar a produção de etanol pelos produtores dos EUA. Como se sabe, o etanol naquele país é feito a base de milho, fato que permite imaginar um maior consumo do cereal caso o pacote venha a ser lançado.

O clima continua normal no Meio Oeste estadunidense, com algumas regiões acusando uma pequena redução no regime de chuvas. Neste sentido, o mercado especula quanto ao que poderá ser a produtividade e a produção final, já que também aqui há fortes divergências estatísticas entre a iniciativa privada e o governo. Assim, espera-se o relatório de oferta e demanda, previsto para o dia 12/09, para dirimir as dúvidas.

Enquanto isso, as vendas líquidas estadunidenses de milho, para 2018/19, que terminou em 30/08, atingiram apenas 2.500 toneladas na semana encerrada em 22/08. Para o novo ano 2019/20 o volume atingiu a 858.900 toneladas. O mercado esperava um total entre 550.000 e 1,05 milhão de toneladas. Por sua vez, as inspeções de exportação atingiram a 355.411 toneladas na semana encerrada em 29/08, ficando este volume bem abaixo do esperado pelo mercado, que era de 650.000 toneladas. No acumulado do ano comercial 2018/19 o volume ficou em 47,17 milhões de toneladas, contra 57,74 milhões no fechamento do ano anterior.

Ou seja, houve um recuo superior a 10 milhões de toneladas. Já as condições das lavouras de milho estadunidenses na atual safra, que ainda neste mês se inicia a colher, melhoraram um pouco mais, chegando em 1º de setembro a 58% entre boas a excelentes, 29% regulares e 13% ruins a muito ruins. Na Argentina, a tonelada FOB de milho caiu para US$ 141,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 125,00.

E no Brasil os preços se mantiveram relativamente estáveis, com leve viés de baixa em algumas praças. A média gaúcha fechou a semana, no balcão, a R$ 32,68/saco, enquanto os lotes registraram valores entre R$ 37,50 e R$ 39,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 23,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 38,50/saco nas regiões produtoras do centro e oeste de Santa Catarina.

A paridade de exportação continua sendo o elemento central no mercado brasileiro,fato que depende diretamente do câmbio e de Chicago. Se, por um lado, as cotações internacionais se mostram fracas neste momento, por outro lado o câmbio no Brasil dá sustentação às vendas externas. A desvalorização do Real, mesmo estancada pelo Banco Central, se mantém entre R$ 4,10 e R$ 4,20 por dólar fato que estimula fortemente as exportações em geral e do milho em particular.

Mesmo assim, isso não impediu que os preços no porto de Santos, que estavam entre R$ 38,00 e R$ 38,50/saco no início da semana, recuassem para níveis entre R$ 36,00 e R$ 37,00 no final da mesma. Por outro lado, as exportações de milho pelo Brasil, em agosto, atingiram a 7,65 milhões de toneladas, tendo uma excelente performance. Em continuando assim até janeiro/20, inclusive, boa parte da oferta da safrinha recorde será escoada e haverá menos produto em estoque, fato que pode segurar os preços do cereal nos atuais níveis. A partir de janeiro será o andamento da nova safra de verão que definirá o rumo destes preços, porém, como salientamos no comentário passado, há uma tendência de redução de área semeada, o que pode ser um fator altista para o mercado.

Enfim, neste momento espera-se que o Brasil exporte 36 milhões de toneladas de milho no atual ano comercial, sendo que os mais otimistas chegam a indicar 38 milhões de toneladas. Em sendo assim, os estoques finais do cereal, em 31/01/2020 ficariam entre 12,5 e 14,9 milhões de toneladas, contra 12,3 milhões no final do ano anterior.

Vale ainda salientar que as exportações, se confirmado tais volumes, seriam entre 11 a 13 milhões de toneladas superiores ao realizado no ano comercial passado. Ao mesmo tempo, o consumo interno de milho deverá crescer para 69,6 milhões de toneladas, contra 65,3 milhões um ano antes. Tal consumo está sendo particularmente puxado pela produção de etanol e pela indústria de rações animais. 

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