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Cotações do milho em Chicago recuaram mais uma vez

Clima nos EUA não apresentou grandes problemas até o momento, enquanto a guerra comercial entre EUA e China


As cotações do milho em Chicago igualmente recuaram mais uma vez nesta semana, com o primeiro mês cotado fechando a quinta-feira (12) em US$ 3,36/bushel, após ter atingido a US$ 3,31 na véspera, contra US$ 3,43 uma semana antes.

O clima nos EUA não apresentou grandes problemas até o momento, enquanto a guerra comercial entre EUA e China, embora não atinja diretamente o milho, acaba respingando efeitos negativos neste mercado, pois atinge indústrias das mais variadas, incluindo a área das carnes, a qual consome ração animal onde o milho é decisivo.

Na prática, houve chuvas neste início de julho em praticamente todo o Meio-Oeste estadunidense, melhorando as expectativas de produtividade final das diferentes lavouras de verão. Mesmo assim, o clima continuará sendo uma variável decisiva até meados de setembro. Vale informar que o Texas está sob forte seca neste momento.

Quanto as condições das lavouras de milho nos EUA, 75% das mesmas estavam entre boas a excelentes em 08/07. Já as exportações estadunidenses de milho chegaram a 1,45 milhão de toneladas na semana anterior.

Junto a isso, tivemos o relatório de oferta e demanda do USDA no dia 12/07, o qual indicou os seguintes números para o milho em 2018/19:

1)    A área a ser colhida com milho nos EUA foi aumentada em 1,36% em relação a junho, passando agora para 33,1 milhões de hectares. Mesmo assim, a mesma confirma, pela primeira vez na história, uma área menor do que a área semeada com soja naquele país;
2)    A produção estadunidense de milho foi aumentada para 361,6 milhões de toneladas, ou seja, + 1,3% sobre o indicado em junho;
3)    Os estoques finais de milho nos EUA, em 2018/19, foram diminuídos para 39,4 milhões de toneladas, devido especialmente a um crescimento nas exportações projetadas;
4)    O preço médio do bushel de milho aos produtores estadunidenses passa agora para valores entre US$ 3,30 e US$ 4,30, perdendo 10 centavos de dólar por bushel em relação a junho;
5)    A produção mundial de milho foi aumentada para 1,054 bilhão de toneladas neste próximo ano comercial;
6)    Os estoques finais de milho no mundo estão projetados em 152 milhões de toneladas, com recuo de 2,5 milhões de toneladas em relação a junho;
7)    A produção brasileira de milho está projetada em 96 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina permaneceu em 41 milhões;
8)    As exportações de milho por parte do Brasil, em 2018/19, chegarão a 31 milhões de toneladas.

Neste contexto, sem novos fatos importantes será difícil as cotações do milho e da soja retomarem as altas. Mas é importante alertar que, em o conflito comercial entre EUA e China sendo superado, o mercado deverá engrenar um processo de recuperação das cotações, o qual poderá ser importante. 

Enfim, a forte baixa nos preços do trigo em Chicago, durante a semana, somada a alta do dólar no mercado mundial e a forte baixa no preço internacional do petróleo ajudaram a derrubar os preços do milho naquela Bolsa.

Aqui na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB de milho fechou a semana na média de US$ 162,00 e US$ 127,50 respectivamente.

Já no Brasil, os preços se mantiveram estáveis. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 35,01/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 38,00 e R$ 39,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes de milho oscilaram entre R$ 17,50/saco em Campo Novo do Parecis (MT), registrando forte queda em relação as semanas anteriores, e R$ 38,00/saco em Videira e Concórdia (SC).

O câmbio continuou sendo uma variável positiva para os preços nacionais do milho na medida em que estimula as exportações. Estas, finalmente, dão sinais de recuperação, com o mesmo de julho indicando mais de 2 milhões de toneladas em navios esperando para embarque nos portos nacionais. Com isso, o nível de preços no porto de Santos (SP) ficou entre R$ 37,50 e R$ 38,50/saco, indicando que a estes preços as exportações poderão ser importantes neste segundo semestre do ano.

Ao mesmo tempo, a safrinha vai confirmando uma produtividade menor, com os produtores, em especial os paulistas, segurando as vendas. Ou seja, o mercado vendedor espera que, após a pressão de baixa oriunda da colheita desta safrinha, o mercado retome seu caminho de alta nos preços do cereal.

Neste sentido, no curto prazo, ainda joga o efeito da indefinição da tabela de fretes, embora haja decisões a respeito que aos poucos parecem desbloquear o entrave.

Ainda pelo lado do câmbio, com a aproximação das eleições e as indefinições políticas brasileiras a tendência é de continuar havendo pressão de mais desvalorização do Real, fato que atinge o mercado do milho igualmente. Isso faz com que os produtores da safrinha retenham ao máximo sua produção, esperando preços ainda melhores.

A semana terminou com o mercado do milho pressionado, com as regiões da safrinha recebendo volumes de milho menores do que o esperado, especialmente em São Paulo. Talvez, diante disso, não haja espaço para mais baixas nos preços daqui em diante.

Dito isso, a colheita da safrinha atingia, no dia 06/07, um total de 17% da área no Centro-Sul brasileiro, contra 23% no mesmo período do ano passado. Dos principais estados produtores, o Mato Grosso havia colhido 26%, Goiás 16%, São Paulo 12%, Mato Grosso do Sul 11%, Paraná 9% e Minas Gerais 6%.

Enfim, a comercialização da atual safrinha chegava, nesta primeira metade de julho, em 46% do total a ser colhido, contra 34% em igual período do ano passado. Ou seja, a mesma está bem mais rápida diante dos atuais preços positivos. Dentre os estados produtores, o Mato Grosso havia comercializado 56% da safrinha até este momento, Goiás/DF 51%, São Paulo 38%, Mato Grosso do Sul 35%, Paraná 26%, e Minas Gerais 12%. O volume total a ser colhido no Centro-Sul brasileiro permanece estimado em 48,8 milhões de toneladas, representando uma queda de 27,6% sobre o volume colhido em 2017.
 

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